Kung fu Kid

 Beijing (Pequim), 20 de fevereiro de 2011.

Acabei de assistir ao filme Karate Kid  aqui no albergue. O filme poderia muito bem se chamar Kung fu Kid, pois não tem nada de Karatê. A história de um garoto que vem morar com sua mãe em Beijing e depois de apanhar de outros garotos na escola ele aprende Kung fu com o Jackie Chan e ganha (claro!) o torneio no final. É igualzinho a história do Daniel San mas se passa na China, aqui em Beijing, onde estou !! A história é besta mas tem um sabor diferente assistir a um filme quando se está no país...a Cidade Proibida está a 10 minutos daqui, os vendedores de rua estão lá fora do albergue, as bicicletas transportando imensas cargas, os prédios, o inglês enrolado dos chineses , a arquitetura dos templos, o barulho da rua...Depois de mais de um mês de China tudo é mais familiar. Imagens do parque olímpico que fui ontem e da Muralha da China que vou amanhã... é a realidade que estou vivendo. Tenho certeza que assistir a esse filme do Brasil ou de qualquer lugar, sem nunca ter presenciado isso aqui deve ser bem diferente aos olhos. Foi legal ver em um filme hollywoodiano o que eles enfatizam  sobre a China, coisas típicas e  cenas bem reais, não tem nada exagerado ou artificial , o Jackie Chan deve ter dado umas dicas pro diretor do filme...o Jackie Chan é muito popular por aqui, ele faz propaganda para várias marcas famosas.
Gostei da cena onde mostra o Templo Shaolin, foi uma cena rápida, não mostrou quase nada de lá e da história do Kung fu que é uma das artes marciais mais antigas do mundo. Mas como eu gosto de artes marciais e da história que envolve a criação de uma arte marcial, resolvi que vou visitar aquele templo no alto da montanha. Eu já estava pensando  em passar por aqueles lados e já tinha lido alguma coisa a respeito. Engraçado como é que surge a vontade de se visitar um lugar, nem precisa de um motivo muito forte, basta vermos uma foto, uma cena ou ouvir uma história.
Quando eu entrei na China não sabia o roteiro que iria fazer, assim como não sei pra onde vou depois com certeza. Na verdade estou deixando as coisas fluírem que é para a surpresa ajudar a dar vontade de conhecer o lugar. Não pesquiso nada mais antecipado. Quando estava chegando aqui em Beijing, por exemplo, não sabia de nada, nem o que visitar nem onde iria me hospedar. Tenho feito assim, quando eu chego na cidade,  eu sento pra comer alguma coisa, depois dou uma estudada no guia pra saber pra onde vou. Não tem  aquele nervosismo, ansiedade ou medo de não saber aonde ir, onde se hospedar e como chego lá.   
Hoje passei o dia em casa, só saí para comer e voltei. Tem dias que não quero passear, não quero ver museu, templo ou parque. Não pensem que numa viagem longa, nós passeamos todo santo dia. Tem que tirar de vez em quando um dia de repouso para repor as energias, ficar de molho lendo alguma coisa ou dormindo. Um tempo também até pra processar toda a informação que vamos recebendo. Teve uma brasileira que conheci em Hangzhou , ela tinha acabado de chegar nessas terras e disse que não gostaria de fazer uma viagem muito demorada pois não daria tempo de processar toda a informação. Realmente, é muita coisa que  vemos e aprendemos, está sendo bom eu escrever meus relatos pra poder relembrar futuramente. 

Um comentário:

Isabella Arruda disse...

Compartilho contigo sobre o maravilhoso processo de viajar... Não é prazeroso fazer tudo conforme o nosso próprio "script" manda. Temos que ir nos movendo conforme nossa própria maré. Obrigada pela viagem que teu blog nos proporciona. beijos!!