Maior arquipélago do mundo

Gili Trawangan - Indonésia, 27 de setembro de 2010.

Depois de um tempo sem dar notícias, tô atualizando o blog...Cheguei em Denpasar, a capital administrativa da ilha de Bali, que é uma das 17.500 mil ilhas da Indonésia, me enturmei com outros mochileiros pra rachar o taxi até Kuta, que é a vila onde a maioria da galera fica. A gente tem que chegar num país sabendo de antemão a média dos preços…senão os caras te enrolam, eles começaram pedindo 200 mil rúpias, e acabamos pagando 60 mil, o equivalente a 12 reais, dividindo por 4, deu 3 reais pra fazer um percurso de 20-30 min, tá bom. Aqui tudo é muuuito barato. Chegando em Kuta, a primeira coisa que fiz foi alugar uma motinha…olha só alguns valores que eu estou pagando aqui: 
Hotel (quarto individual com banheiro)=18 reais
Moto(diária de 24h) - 9 reais
Gasolina - 1 real
Prato de comida - 3 a 5 reais
No primeiro dia fiz o reconhecimento da área…Bali é um grande labirinto, não tem quarteirões de forma retangular com nome nas ruas…são ruelas bem estreitas, só passa carro nas principais. No outro dia fui pra mais longe, um trânsito muito louco, com poucas placas e sinais e sem regra de trânsito…ou o cara entra no jogo e vai chutado cortando os carros que nem eles, ou vai no canto devagar atrapalhando o tráfego.
Em Tanah Lot
Aqui 90% da população é hindu, toda esquina tem um templo e em todo canto tem oferendas para as divindades. Fui no templo de Tanah Lot, muito lindo…todo esculpido na rocha.
Bali


Depois fui pra Ubud, uma vila que tem muitas lojas de artesanato e restaurantes, bem legal, muita gente passa uns dias por lá pra curtir o local…lá tem a Monkey Forest, um pequeno templo dentro de um parque cheio de macacos, a gente dá comida e brinca com eles, é divertido…acabei passando quase um dia inteiro em Ubud, porque de noite fiquei pra assistir a um show de dança típica- Kecak dance - , que tava rolando num lugar “fechado” onde só tinha uma cortina...assisti de graça por cima da cortina...eh eh ..bem legal o show, na volta pra Kuta a noite ainda encostei em um “banjar” que é tipo um centro comunitário, onde eles tavam ensaiando uma dança para uma festividade...os indonésios são gente boa, eles puxam papo e explicam um monte de coisa, fiquei um tempão vendo a dança e conversando com um coroa lá, igual uma outra vez que eu parei pra fazer uma foto de um banjar aí um camarada me chamou pra entrar, eles estavam fazendo uma pipa enorme para um festival... aí ele ficou me explicando sobre a vila, os costumes...ele disse que o índice de criminalidade é quase zero porque eles são bem unidos e quase ninguém de fora, ou de outras ilhas vem morar na comunidade.
As cores de Bali...

Outro dia fui para Ulu Watu, o point do surf em Bali inclusive um dos melhores do mundo, junto com o Tahiti e o Havaí. Muitos brasileiros vêm surfar pra cá, lembrei muito do meu primo Neto que é surfista e da Nega, minha esposa que ainda não é surfista mas adora surf, eles iriam pirar aqui vendo as ondas perfeitas, enormes, os caras pegando tubo...eu que não entendo achei muito doido, para quem entende deve ser melhor ainda... dei um tempo pela praia , é muito bonita...tem umas pedras enormes que formam um belo cenário...lá perto tem uma outra vila...Nusa Dua que também tem praia, mas não encostei.
Ulu Watu
Ulu Watu

É legal que no caminho a gente vai vendo um monte de coisa, plantações de arroz que formam paisagens bonitas... e vai parando em algum Warung (barraca de comida)...eles costumam servir a comida com a mão, e a maioria dos indonésios comem com a mão também (pros turistas tem garfo e colher!). Os pratos típicos da Indonésia mais comuns são: o nasi goreng, que é o arroz com vegetais ou frango; o mie goreng, a base de macarrão e o gado gado – vegetais com creme de amendoim.

Kecak dance em Ubud
Outra hora eu tava num cyber falando com meu irmão sobre Bali e tal, quando eu disse que não tinha conhecido muitos brasileiros aqui, dois caras no cyber falaram: alô, e aí beleza!! Foi engraçado eu pensei que ninguém tava me entendendo...Aí acabei fazendo amizade com um deles, passeamos juntos em Kuta e no outro dia , junto com uma galera que ele conhecia...fomos para uma outra praia, Padang Padang também no sul de Bali, perto de Ulu Watu... Aí combinamos pra vir pras ilhas Gili no dia seguinte. Foram umas 10 horas de viagem entre van, barco e van de novo(35 reais uma viagem de 10 h !!).A gente chega na ilha de Lombok e pega outro barco para as ilhas: Gili Trawangan, Gili Meno ou Gili Air. Viemos para Trawangan, pelo que eu tinha pesquisado era a mais bonita. Realmente, aqui é um paraíso. Depois que a gente vai para a Polinésia Francesa, fica difícil dar opnião sobre praia...mas aqui é realmente muito lindo. O melhor point de snorkel é justamente em frente à praia. Cara, mergulhar aqui é deslumbrante, dá vontade de gritar debaixo d'água de tão lindo que é...profundidade ideal, 4-8 metros de água cristalina, corais coloridos, muitos peixes coloridos, tartarugas enormes... o melhor snorkel que já fiz até agora foi nesta ilha. Já estou aqui há 5 dias, é bem tranquilo, não tem veículo motorizado, é uma ilha bem pequena, 2 horas andando dá pra fazer uma volta inteira ao redor...um clima gostoso, restaurantes na areia da praia..acho que 95% dos turistas aqui são mochileiros, os outros 5% ainda não vi nenhum!
Gili Trawangan

Gili Trawangan

Em vários bares aqui tem uns tais “cogumelos mágicos”, o tempo todo eles tão te oferecendo esses cogumelos que te prometem “levar ao céu” devido ao seu poder alucinógeno, eu nem tive curiosidade de provar, tá bom aqui na terra....
Fiz um passeio pras outras ilhas, Gili Meno e Air, com paradas para snorkelling e para almoço...fizemos uns mergulhos igualmente fantásticos. Foram cinco dias de relax total, praia o dia todo e mergulho...só que aqui a gente até esquece que tá na Indonésia, porque é só estrangeiro e em todo lugar seja nas barraquinhas de comida, bares, restaurantes ou hotéis todos falam ingles...a gente se distancia da cultura local.
Mergulhando com as tartarugas marinhas em Gili Trawangan

Amanhã volto pra Bali, para percorrer o norte e depois passar pra Ilha de Java.

Estou na Cochinchina !!!

Macau, 18 de setembro de 2010.


Macau é uma ilha próxima a Hong Kong, distante uma hora de ferry. É considerada como a "Las Vegas" do oriente, devido ao grande número de cassinos (mais de 30 !!).. eu entrei num deles o "Casino Lisboa", enorme, vários andares, nem me atrevi a jogar alguma coisa. Eu já tinha ido num cassino em Santo Domingo na República Dominicana, perdi uns 20 dólares em 10 minutos...não quis mais brincar.
Até dez anos atrás, Macau era uma colônia portuguesa...legal aqui tudo é escrito em português! A língua portuguesa é considerada oficial também ,entretanto, pouquíssimas pessoas falam. Foi legal no correio quando estava despachando uma encomenda pra casa, a mulher me atendeu falando português...e falava bem!
 Vou transcrever o que está num painel explicativo numa das principais praças da cidade:

                        O CENTRO HISTÓRICO DE MACAU

   Macau, um porto próspero de importância estratégica no desenvolvimento do comércio internacional, esteve sobre administração portuguesa desde meados do século XVI até 1999, quando transitou de volta para a administração chinesa, com as suas ruas históricas, edifícios residenciais, religiosos e públicos de raiz portuguesa e chinesa, o Centro Histórico de Macau apresenta um testemunho único sobre o encontro de diferentes gostos estéticos, culturas, influências arquitetônicas e técnicas do oriente e do ocidente. Este conjunto apresenta testemunho sobre o primeiro e mais duradouro encontro entre a China e o ocidente, no contexto do dinamismo das rotas do comércio internacional.

Detalhe, como todas as outras placas, os dizeres estão em chinês (cantonês), português e inglês...e muitas vezes só português e chinês.
As ruínas da igreja de São Paulo que foi destruída, o maior símbolo do cristianismo da Ásia.

O Centro Histórico de Macau incluindo todo seu conjunto arquitetônico, em julho de 2005 foi consagrado Patrimônio Mundial. Como também éramos colônia de Portugal, os prédios portugueses são bem parecidos com os nossos...as calçadas de pedra, azulejos...
Outro detalhe da independência administrativa é que aqui a moeda (pataca) é diferente de HK (Hong Kong dolar) e do resto da China (yuan).
Rodando pela cidade entrei nas pastelarias que são tradicionais aqui, legal que eles põe à disposição todos os tipos de biscoitos, doces , salgados...provei todos! Tem tambem um negócio tipo salame, só que em folhas...de carne de boi ou de porco, com gosto meio doce, muito bom!
Conheci o Museu de Macau, de acordo com o guia, um dos melhores museus da Ásia...onde mostra toda a história da colonização portuguesa, várias lendas da cidade, objetos do folclore, antigos costumes...tinha um interessante...eles faziam briga de grilo, onde o vencedores eram super bem tratados e serviam como guardiões da vila... Tinha também várias coisas sobre a China de modo geral, tipo o desenvolvimento da escrita chinesa que é uma das mais antigas do mundo, a moeda, história dos chás e da medicina tradicional chinesa que são muito utilizados por aqui...a famosa porcelana chinesa, com peças do século XVI mostrando as características e os materiais da pintura e sua mudança com o passar do tempo e devido às exigências do mercado quando elas começaram a ser exportadas... a história do jogo e quando ele foi oficialmente liberado em 1962,...sera que foi por isso que  o Chico Buarque na musica Bye bye Brasil  canta: " Já tem fliperama em Macau..." ??
Os cassinos
Vocês perceberam que eu gosto de citar músicas...é que eu gosto muito de MPB e visitar um local que é cantado numa musica, eu fico com ela na cabeça... e com certeza quando eu ouvir depois vai ser com outro gosto...será que quando eu chegar na espanha vai me dar vontade de atravessar pro Marrocos pra ficar " pra lá de Marrakesh..?!?!?!?

Aqui dividi o quarto com um alemão e dois caras da Malásia muito gente fina, até me convidaram pra ir lá com eles quando eu passar por lá, mas eles moram na ilha de Borneo que não está na minha rota.
Eu não ia contar essa derrota mas vamos lá...quando eu cheguei em HK uns dias atrás, eu paguei 3 diárias no albergue e depois paguei mais uma pra passar mais uma noite, ou seja 4 diárias, quando vim pra Macau no meio do caminho eu fiquei pensando bem, e, meio confuso, me toquei que só dormi 3 noites e paguei 4 !!! pode isso? eu não tinha certeza quantas noites tinha dormido num local!... Ah chinês desgraçado...ele sabia... ...mas como eu voltaria pra HK para dormir mais uma noite...voltei lá no mesmo albergue...expliquei a situação que eu me confundi e tal.. e que queria dormir lá pois tava pago, ... pois o fdp disse que não lembrava e tava lotado, insisti e ele disse que tava lotado e foi embora pra dentro. Legal... 23:30h e eu não tinha onde dormir... vi no LP que tinha outro lá perto...lotado também. Tava tarde mas a rua tava que nem shopping véspera do dia das mães...quase meia noite e eu rodado no centro de Hong Kong !! que nem cachorro em dia de mudança...aí sentei na calçada, respirei fundo... e... quer saber: foda-se, vou dormir no aeroporto. Aí relaxei, (impressionante como a palavra "foda-se" tem poder, ela exorciza qualquer coisa ruim, ehehehe), entrei num restaurantezinho comi uns bolinhos de sei lá o que com miojo (aqui é noodles)...e pensei: de barriga cheia e cansado, durmo bem em qualquer lugar.(aqui não tá frio que nem na Austrália!)
Aí cheguei no aeroporto: cheio de gente jogada dormindo... beleza!, parecia um dormitório, tive que procurar lugar pra me deitar! aquelas cadeiras com estofado, ar condicionado...hotel 5 estrelas ! tirei o sapato, arrumei a "cama", o travesseiro, coloquei o despertador e dormi igual um anjinho. Final feliz.
Olha aí a Cochinchina..
Próximo destino: Bali - Indonésia.

Viajar ...

Macau, 18 de setembro de 2010.

Pela primeira vez nessa viagem, hoje eu senti uma sensação tão forte que ainda não tinha sentido...Entrei numa lojinha de móveis e mobílias antigas e quinquilharias em uma ruela de paralelepípedos de Macau, desci os três degraus entrando num ambiente com pouca luz, meio empoeirado e uma senhora chinezinha de uns 80-90 anos atrás de uma mesa....objetos antigos, não eram souvenirs para turista. Estou na China !!! pensei comigo.

Senti uma profusão de sentimentos, um misto de alegria, realização sei lá, juro que nem eu me entendi...uma coisa tão forte que me deu vontade de chorar...Não deu pra controlar. Não quero ser piegas, longe disso. Pelo contrário, quem me conhece bem , sabe que sou frio e reajo com frieza em situações bem adversas, mas dessa vez não deu. Mesmo depois desse tempo viajando e vendo tanta coisa bacana...saí de lá com uma lágrima escorrendo no rosto. Viajar é isso...não é só ver paisagens e bater fotos, é ter sensações. Sentei na calçada e escrevi esse texto.



obs. o post de Macau tá no forno.

Souvenir made in Hong Kong

Hong Kong - China, 16 de setembro de 2010.

Imagine você sendo abduzido e colocado em um outro planeta. É mais ou menos essa sensação que tive quando desembarquei em Hong Kong, desde o aeroporto que é gigantesco. Isso aqui é um mundo de gente...imagina o comércio véspera de natal, é assim o tempo todo. Nas estações de trem...aquele bando de chinezinhos andando rápido igual a um monte de formiguinhas...uma loucura.

Hong Kong e Macau são "Regiões Administrativas Especiais", diferente do restante da China, tratado muitas vezes como outro país...por exemplo fazem perguntas tipo: daqui você vai pra China? Pra entrar aqui não precisa de visto, na China sim. O passaporte é carimbado na entrada e na saída de HK , e Macau a mesma coisa...como se fossem outros dois países com leis independentes.

Comprei um passe de trem de uso ilimitado por três dias. O sistema de trens de HK é considerado o melhor do mundo, causando inveja em outros países. O transporte público: trens, bondes e ônibus, é tão eficiente que você não vê engarrafamento. Apesar de ser uma cidade imensa, é muito fácil circular aqui, basta ter o mapa da cidade, o mapa do metrô e o guia LP...rodei tudo sem perguntar nada.

É dificil enumerar as coisas diferentes e interessantes que se vê por aqui. Só de ficar num parque sentado vendo idosos de 80-90 anos fazendo Tai Chi Chuan enquanto se come uma fruta que nunca vi, por exemplo, já é um programa interessante.

Por todo lado tem lojas e feiras vendendo frutos do mar desidratados, como mexilhão, lula, polvo,peixes de diversos tipos, camarão, cavalo-marinho e outro monte de coisa que não consegui identificar. Andar nas feiras e mercados vendo tudo isso, sentindo cheiros, ouvindo sons, os chineses falando alto, músicas que parecem daqueles filmes antigos de Kung fu antigos... esse choque cultural que a gente tem quando está aqui é impagável. Isso dá uma energia, um ânimo, que quando se percebe já se andou 10-12 horas e os pés estão doendo e com calo.
Uma loja de frutos do mar desidratados 

Tudo bem que um monte de prédios tem em toda cidade grande mas os arranha-céus de HK são um espetáculo, a noite ainda, é muito lindo aquilo tudo iluminado olhando de longe. Tem um pier do outro lado do canal, onde se tem uma vista privilegiada do centro da cidade, onde todo dia às 20h tem um show "dança das luzes" onde os prédios fazem um jogo de luzes e lasers no ritmo da música!.. imagina um show onde o cenário é uma cidade inteira!...uma música tipo de abertura de jogos de colégio, sabe? meio suspense, e os prédios alternam luzes mudando de cor...filmei tudo.
As luzes de Hong Kong...

Gosto de me embrenhar nas ruelas estreitas, entrar em restaurantes pequenos onde não tem turista, pra comer o que eles estão comendo...onde a única comunicação que se faz é: apontar o prato de alguém, sim ou não, e os números escritos num papel pra saber o valor... e no final uma saudação de obrigado.

Andando nas ruas se vê um monte de coisas tipo : gente muito feia, comidas irreconhecíveis, nos supermercados também(adoro passear em supermercados!) um monte de coisa que não se sabe o que é,...,prédios enormes sendo construídos com andaimes de bambu...em toda parte...eles não páram de construir, não é a toa que a China consome 50% do cimento do mundo !!!

Um batalhão de gente, mas tudo bem organizado que não vira cagada. Além do que, existem mecanismos que agilizam, tipo...nos ônibus não têm cobrador, ou você paga com o dinheiro exato em moedas  numa caixinha (e não recebe troco ) ou passa um cartão magnético que é recarregável, no metrô também...tem dezenas de máquinas pra vender o ticket, não tem fila, quando tem anda rapido. Tudo flui com dinamismo, apesar de ser uma cidade de 7 milhões de habitantes...Belém não tem nem 2 milhões e tem trânsito e ônibus lotado!

Outro dia fui no Big Buddha, o maior Buda de bronze sentado a céu aberto no mundo. Uma estátua imensa na ilha de Lantau...se chega lá com uns bondinhos que cruzam as montanhas...uns 30 minutos de bondinho! Aproveitei e dei um giro na ilha....fui em Tai o, uma vila de pescadores onde vendem uns bolinhos de peixe deliciosos.
Big Buddha na ilha de Lantau

Peguei o Peak tram, um trem antigo bem tradicional até o Victoria Peak, que é um prédio no alto da montanha onde se tem uma vista bem bonita da cidade...lá em cima conheci um grupo de brasileiros que estavam em HK participando de uma feira de jóias, vieram fazer contatos para negociar com empresas chinesas. Aqui como os custos de produção são bem menores, eles conseguem fabricar de tudo e vender a preço de banana para todos os países....eles vieram com um guia para intermediar os contatos...o Henrique, que mora em Beijing há 2 anos e fala mandarim...A indústria chinesa é a mais poderosa do mundo, faz tempo que empresários de todo o mundo estão atentos para isso e a tendência é aumentar,... o cara que acerta num produto e consegue vender fácil no Brasil ...tá feito. Saímos juntos dois dias, foi bacana, uma galera divertida, tinha uma bicha no meio (calma,ele gostava de ser chamado assim!) que a gente ria muito, tava com saudade de falar português.

Depois fui rodar pelo bairro de Soho, onde tem a maior escada rolante do mundo, e a noite dei uma volta no mercado aberto de Mong Kok, imagina o tamanho...tinha de tudo que se possa imaginar e mais um pouco, só que de todas as cores, formas e modelos...!

Ficava cantado(só pra mim) aquele trecho da música Babylon do Zeca Baleiro...Vida, é um souvenir made in Hong Kong...

As fotos estão no orkut.

Último stop na Oceania

Sydney - Austrália, 13 de Setembro de 2010.


Meu último país na Oceania, cheguei aqui sem saber pra onde ir, pois não tinha planejado, peguei um guia e um mapa,  que é de graça no aeroporto, estudei um pouco e saí pra explorar a cidade. Eu tava desesperado de pressa pois eu iria ficar aqui só um dia.
Fui direto para o centro, o local mais turístico, conhecido no mundo todo: a Opera House, o principal ponto turístico, junto com a Sydney Harbour Bridge, a ponte que fica ao lado.
Fiquei cantando aquela musica do Renato Russo...meu Deus mas que cidade linda....Sydney  é linda !!  
 Opera House

Sydney Harbour Bridge
Perto da Opera House tem uns bares e restaurantes onde junta muita gente bonita...e eu perambulando com 2 mochilas...pois não teve outro jeito, que o guarda-volome do aeroporto  abria às 5h, e meu voo era às 6h, fiquei com medo de não dar tempo, até porque o meu voo era de outro aeroporto, para voos domésticos,...tive que andar carregando peso, mas estou acostumando.
Conheci a região do principal porto, onde é o centro de tudo...todos os barcos saem de lá (são 6 portos em um só local na verdade) para vários outros locais na cidade e para os passeios. É também onde passam os trens e ônibus para toda parte. Principalmente depois de sediar a olimpíada de 2000, o sistema de transporte público é muito eficiente, são 10 linhas de trem interligadas, outras várias de ônibus com estações de conexão que facilitam bastante para o turista.
Continuei andando maravilhado com a cidade até o Darling Harbour, um outro porto rodeado de bares, restaurantes, galerias, museus, centro de convenções, aquário, shopping centers...
Aí um cara de um restaurante turco vendo a bandeira do Brasil que tenho na minha mochila falou comigo, era um brasileiro que mora aqui há 2 anos, aliás tem muitos brasileiros aqui. Aí comi um kebab (comida turca) por lá, antes de pegar o último trem para o aeroporto.
Darling Harbour...passei muito tempo nessa área
Aborígene australiano arrumando um trocado
 na região do porto próximo à Opera House


Como tinha que estar lá 5h da manhã para o próximo voo, a programação era dormir no aeroporto mesmo.Cheguei lá umas 23h , e quando eu tava procurando um canto pra me encostar, veio a seguranca do aeroporto dizendo que não podia ficar ninguém lá, pois eles fecham o aeroporto e só reabrem às 4 h. Legal, fiquei do lado de fora sentado num banco junto com um alemão que tava na mesma situação que eu. Não vou entrar em detalhes mas foi uma noite de cão, pois fez muito frio de madrugada.
Pois bem, cheguei no check-in e deu um problema no meu ticket, o cara inventou uma  taxa pra eu pagar. Conclusão, resolvi não ir mais pra Melbourne(outra cidade da Austrália), ficar mais dois dias aqui em Sydney e ir direto para Hong Kong. Oba ! Ganhei mais 2 dias em Sydney !!!!
Deixei as tralhas num albergue e fui fazer um passeio pelo centro com um guia grátis, tem coisa melhor? Foi muito legal, o cara explicando tudo, de forma bem realista. Passamos por vários prédios antigos, parques, monumentos, feiras...  Era domingo, cheio de gente nas ruas, foi muito bacana. Aí fui pra praia de Bondi beach, onde também tava cheio de gente apesar do frio. A praia é bonita, tava rolando o "festival dos ventos" , o pessoal empinando aquelas pipas grandes coloridas.
Bondi beach
A catedral em  uns dos parques da cidade


À noite fui conhecer a Chinatown, um bairro chinês...para ir entrando no clima da China, pois amanhã vou pra lá !!! Estou muito ansioso pra ir pra Ásia.
Hoje vim de novo no Darling Harbour, gostei daqui, dei um giro no Monorail, que é um trem pequeno que circula só pelo centro da cidade, num trilho uns 15 metros de altura da rua, passando por dentro dos prédios e galerias..legal. E pra descansar, de tarde fui pegar um cineminha, quer dizer um cinemão !!!  fui no IMAX,  o cinema com a maior tela do mundo !!!! Assisti Hubble-3D, um filme/documentário da Nasa sobre a missão do telelescópio Hubble, muito doido os astronautas e as imagens do telescópio em 3D na nossa cara...numa tela imensa!
Foi basicamente isso...adorei Sydney, 3 dias rodando por aqui fiquei satisfeito...daqui a pouco embarco para Hong Kong. 

Queenstown

Queenstown, 10 de setembro de 2010.

O caminho de  Fox Glacier para cá foi muito bonito, realmente as paisagens da ilha sul são mais bonitas, principammente da costa oeste.
Queenstown foi a cidade que mais gostei na NZ, paisagens magníficas, que a gente nem acredita que é verdade. É a capital mundial de esportes radicais( o pimeiro bungy jumpy do mundo está aqui!), tem tudo que se pode imaginar  de atividades, na terra, na água e no ar. Não fiz nenhuma pois meu orçamento não me permitiu, mas só de andar pelas redondezas da cidade já é um programão!. Não tem muita história pra contar, as fotos dirão tudo. Eu até evitei sair nas fotos para não estragar a paisagem, apareci em algumas só pra vocês acreditarem que eu tô aqui.

Amanhã é meu último dia na NZ, foram 17 dias, parece pouco mas quando a gente não faz nada senão passear... é muita coisa. Gostei muito, é muito lindo, limpo, organizado, seguro e evoluído.
Nesse tempo que fiquei aqui, não comi nada na rua, foi tudo do supermercado, cozinhando no albergue.
Amei a NZ














Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro,...
Não parece um quadro??

Terremoto na NZ

Fox Glacier, 6 de setembro de 2010.


Todo esse tempo no frio, não deu outra, fiquei gripado. Queria descansar um pouco, vim pra um lugar bem tranquilo chamado Punakaiki. É um lugar bem pequeno na beira da praia, onde os turistas passam geralmente algumas horas, para ver as “Pancake rocks” (pedras em forma de panqueca), que é uma formação rochosa bem interessante, tipo em camadas, está escrito nos painéis que não se sabe ao certo porque as rochas têm aquela forma….Fui também numas cavernas enormes que tinha perto, depois fiquei o dia todo descansando e jogando com a galera do albergue.

As paisagens pelo caminho...
Pancake Rocks
Depois eu soube da notícia que um terremoto tinha ocorrido aqui na ilha sul, a cidade mais atingida foi Christchurch, que é na costa leste, ou seja, do outro lado, para onde eu iria mas resolvi descer por este lado. Casas foram destruídas, a cidade ficou sem luz, voos cancelados..o negócio foi meio brabo para aquele lado, tem um pessoal aqui que estava lá e contou como foi, tremeu mesmo, eu queria ter sentido isso!!(brincadeira mãe!) Dizem que ele foi sentido numa área bem grande, inclusive onde eu estava, mas foi de madrugada e eu estava dormindo. Será que foi por isso que eu sonhei que tavam me chacoalhando pra acordar??? rsrsrsr

Aí vim pra cá, Fox Glacier que é um local bem bonito onde tem umas geleiras enormes, que só se pode chegar  com guias. Aí fiz um trekking , onde eles explicam sobre a formação das geleiras e a movimentação delas com o tempo, que é mais ou menos assim: imaginem duas montanhas e o espaco em forma de V entre elas … aí a neve cai na montanha e escoa para este vale e vai acumulando em varias camadas…daí com o tempo, com a ação da chuva, movimentação das placas tectônicas e a própria ação da gravidade elas vão se movimentando…

Foi bem bacana, a agência que organiza o passeio fornece todo o equipamento como botas com trava de metal para o gelo e bastões de apoio…


Seguindo para o sul

Nelson, 3 de setembro de 2010

Eu senti pelos comentários daqui e pelos comentários das fotos do orkut que eu preciso ser mais detalhista e me aprofundar mais nos assuntos, acontece que os lugares por onde tenho passado eu pesquisei e tive muita informação, so que aqui no blog eu coloco algo superficial sobre a cidade ou país e me atenho mais na impressao que tive, no que tenho feito e no roteiro,vou ajustando com o tempo e vou me dedicar mais ao blog, prometo.

Wellington, a capital da NZ,  é uma cidade menor que Auckland mas eu senti o mesmo ar: gente do mundo todo, a maioria jovens que vem passar alguns meses e arrumam trabalho para se manter…muita gente diferente. Fiquei num albergue muito bom, bem no centro da cidade, sete andares: o 1o recepção e informções, 2o um bar com salão de jogos, restaurante/refeitório, sala de tv imensa com uns 15 sofás!, cozinha imensa… A geladeira era tipo um frigorífico que a gente entrava nela! 3o ao 6o quartos e 7o lavanderia, tudo enorme…Na verdade eu não me importo com acomodação, eu durmo em qualquer lugar… eu só estou descrevendo aqui porque muita gente tem uma ideia errada de albergue, pensa que é lugar ruim, com gente fedorenta dividindo o quarto contigo. Pelo contrário, os albergues aqui são muito bons, baratos em relação ao Brasil (média de R$ 30,) , muito bem equipados , a gente faz amizade com o pessoal que está no quarto, fazemos nossa própria comida(o que diminui bastante o gasto com alimentação) …

Wellington

Wellington
Wellington
Fui no museu Te Papa, um museu muito moderno, 4 andares, tinha uma parte que mostrava toda a formação geológica da NZ, eu não sei se todas, mas a maioria das ilhas do pacífico são de origem vulcânica. Aqui tiveram erupções de vulcões recentemente que destruíram cidades, isso há 60-90 anos. Outra parte mostrando espécies nativas do país de plantas e animais, outras mostrando sobre a colonização europeia…, a cultura Maori com todos os seus símbolos, pinturas, artefatos e artesanatos. Tem uma pequena casa onde a gente entra, assiste a um filme num telão e tem a simulação de um terremoto que ocorreu aqui, bacana …a casa toda treme….um museu bem futurístico, onde tudo isso é mostrado em telas touchscreen…. Andei o dia todo, aliás tenho andado muito…é de graça e a gente vê as coisas devagar.

Atravessei para a ilha sul, dizem que é muito mais bonita. De Wellington para Picton num ferry enorme, e de lá para Nelson. Eu iria só dormir aqui pra seguir no outro dia cedo para a costa oeste, mas acertei num albergue tão bacana, que resolvi ficar mais um dia. Uma viagem longa é assim, a gente faz mais ou menos um roteiro mas ele vai mudando de acordo com nosso astral, se aquela cidade não está te agradando, pega a mochila e vai embora, se tiver legal fica mais um pouco. Aqui senti um clima bem legal, fiz amizade com um carioca gente finíssima e um inglês que ensinou pra gente um jogo de baralho bem divertido…o albergue servia sopão de noite e café da manha com cereais e tudo, a galera dá de pau!! Comida de graça pra mochileiro é uma festa! Nego faz gula !! …. A cozinha era um ponto de encontro, tinham outros quatro brazucas, uns chilenos e argentinos em peso, além de europeus e orientais…Nós, sulamericanos, somos bem mais abertos e sorridentes.

Local da primeira partida de rugby da NZ
Centro da NZ
Outro dia saímos pra fazer um trekking pelas montanhas que rodeiam a cidade. Foi um trajeto muito bonito, lindas paisagens, passamos por um campo onde aconteceu a primeira partida de rugby, o esporte mais popular da NZ, inclusive eles são campeões mundiais e vão sediar o campeonato mundial de 2011,…. passamos também por um ponto onde é o centro geográfico da NZ . Andamos uns 10 km. De noite teve um fato engraçado, o Cícero (o carioca) tava meio puto com o Alex (o inglês)que tinha deixado ele sozinho na cidade de tarde, que é quase meia hora a pé) aí ele na maneira mais desbocada possível como um bom carioca, disse que ia pegar a comida daquele inglês FDP £$%%%***& …aí ele pegou a comida do cara e depois foi procurar a dele e não achou. ROUBARAM MINHA COMIDA, BANDO DE FILHO DP… Eu ri muito da cara dele, foi muito engraçado ele dando uma de malandro e dançou na própria comida, ele tinha comprado carne de carneiro e queijo…só que guardou na prateleira ” free food” (comida grátis) sem perceber. Aí a galera detonou.. Fiquei chamando ele de Zé Mané a noite toda…queria ver a cara dele comendo miojo no outro dia, ah aha ha, mas fui embora cedo.

Acordei 6 da manhã, mochila nas costas, andei uns 30 minutos pra pegar o busão…frio da porra, acho que na madrugada deu menos de zero grau…tava cheio de gelo em cima dos carros!!.


Nosso percurso em Nelson, no alto das montanhas

Pegando um ar para continuar a caminhada

Ski Bunda

Napier, 31 de agosto de 2010.

Aqui na NZ o trânsito é ao contrário, os carros trafegam pela esquerda e o volante é do lado direito! Peguei o carro pra dirigir, cara é muito estranho, a gente tem que pensar o tempo todo…15 anos dirigindo do lado esquerdo é tudo automático…a gente nem pensa pra fazer uma curva ou um retorno, muito engraçado…

De Rotorua fomos pra Ohakune, ao sul do Lago Taupo …onde dormimos, é uma cidade na montanha (e muito fria)…tínhamos uma programação especial para a manhã seguinte: SKI NA NEVE !!!

Acordamos cedão, alugamos os equipamentos e rumamos para a estação de ski de Whakapapa. Primeira vez que eu vi neve de perto…eu só tinha visto de longe quando estava no Peru a caminho de Machu Picchu… tava nevando no topo da montanha onde é a estação de ski.

A caminho da estação de Whakapapa
 Muito bacana colocar um ski pela primeira vez, é como se fosse um enorme patins de 1 metro e meio pra descer uma ladeira…(diga-se de passagem que eu não consigo nem ficar em pé num patins…) Mas o movimento do ski é diferente, a gente não se impulsiona, tem que saber frear… Tá bom, fiquei pegando queda umas 2 horas !! As primeiras 4 ou 5 descidas na rampa usei bastante a bunda como freio !!

Eu e Tom que esquia desde criança, ele foi de Snowboard

Ops!
 Mas fui pegando as manha…e depois consegui descer várias vezes sem cair e pegando um pouco de velocidade…é muito gostoso deslizar na neve.. Pra primeira vez eu acho que foi muito boa minha atuação. ehehehe

Lógico que isso foi na pista para iniciantes e criancas…(inclusive foi isso que me motivou…eu tava pra desistir, aí eu vi crianças de 2-3 anos esquiando…perder pra uma crianca de 2-3 anos é sacanagem !!!)

Acho que já estou preparado para disputar as próximas Olimpíadas de Inverno.
Foi um dia marcante esquiar e ficar o dia todo na neve.

Viemos dormir em Napier, uma cidade que foi destruída por um terremoto há uns 80 anos, e foi reconstruída com uma arquitetura diferenciada e tal… que é o atrativo da cidade, além da praia..só que no inverno….

Daqui sigo para Wellington ,a capital, e o Tom vai voltar pra Auckland…foi muito bacana viajar esses dias com o Tom, um cara fora de série.