Full Moon Party !!!!

Ko Phangan, 25 de outubro de 2010. (vou usar o nosso calendário!)

Barco-van-busão-barco e cheguei em Ko Phangan, conheci 3 brasileiros no caminho ( um casal gaúcho e um paulista) que moram em Sydney,    e   chegando lá nós rachamos o hotel e ficamos juntos durante 3 dias. Os caras muito gente boa, trocamos muita ideia sobre viagem, sobre morar fora, trabalho...
 Aliás tenho conhecido muita gente bacana pelo caminho, gente de vários países, a maioria  delas eu provavelmente eu nunca mais verei...faz parte ...assim como cidades maravilhosas que eu não voltarei nunca mais...a gente convive com isso. Chegamos na véspera da Full Moon Party (festa da lua cheia) que rola aqui todo mês ( no dia da lua cheia, claro!) , como eu falei num outro post, essa é a festa mais famosa do mundo entre os mochileiros. No dia que chegamos rolou uma “ pré-full moon” que foi muuuuito doido....acho que deu metade da quantidade de gente da FMP, que já é muita gente!
Uma praia do outro lado da ilha de Ko Phangan...fomos de motinha

Achei bonitinho isso aí...uma 'fritadeira de ovos de codorna'...que eles vendem em porções de uns 5 ovinhos enrolados numa folha de bananeira...numa feira de rua em Ko Phangan

Não tem muito o que contar sobre esses dias...foi muita piração. Imagina uma rave na praia com milhares de pessoas do mundo todo, nego todo pintado com aquelas tintas (que falei que usavam em Phi Phi )que brilham no escuro... São várias barracas que rolam música, mas é tudo aberto, é só andar uns 20 metros e já é outro som diferente, tem umas apresentações tipo de malabares com fogo, uma corda enorme pegando fogo pra galera pular!!
Olha os caras pulando corda !!

E esse maluco...brincando de se cobrir de areia no meio da rave...

A minha galera...

Bebi até de manhã, curti demaaaais gastei 20 reais !!! Eu amo a Tailândia!!!

Tailandia !!!



 Ko Phi Phi – Tailândia, 22 de outubro de 2553 !!!

Entrei na Tailândia pelo extremo sul vindo de barco da ilha de Lankawi (Malásia) e aportando em Satun (já na Tailândia) , vou cruzar o país todo até o extremo norte.
Já na entrada foi interessante a data do bilhete do busão, 18 de outubro ...de 2553 !!! É porque aqui o calendário é baseado no início da Era Budista (543 A.C.) por isso é 543 anos a mais que no ocidente (mais de 90% da população é budista).
Saca só a data!

O rei é muito querido aqui, tem foto dele espalhada por toda parte, inclusive é crime pisar as cédulas do dinheiro e as moedas pois tem a foto do rei estampada nelas...
Fui direto para Krabi, uma das cidades onde se pega o barco para a ilha de Ko Phi Phi. Numa das paradas do caminho desci e comprei um cacho de banana, até aí nada demais, só que a banana tinha caroço!!! Porra, a gente come banana desde criancinha, mas nunca tinha visto com caroço do tamanho duma ervilha...dei uma dentada num que doeu...foi muito estranho comer banana cospindo caroço! Nem bati foto, mas na próxima eu bato.
Passei só um dia em Krabi, tudo barato demais, o hotel foi 10 reais na rua da praia...um bom prato de comida: 3 reais... gostei muito da comida tailandesa.
Obs. : Galera, os valores que eu coloco aqui, são de hospedagem mais barata possível, que eu rodo um pouco para achar, não pensem que é tudo nesse preço...tem que chegar num local e dar uma pesquisada primeiro. Em todo local de praia a regra é igual, o preço vai diminuindo de acordo com que vamos nos afastando da beira da praia...  não custa nada andar as vezes 20-30 minutos pra achar um lugar pra pagar muuuuito menos! O mesmo para os valores de comida, isso não é preço de restaurante! É preço de barraquinhas de rua...e quando digo ‘bom prato’, é pela quantidade de rango , não pela qualidaade muito menos tipo de ambiente!! As comidas de rua são boas aqui na Ásia, os pratos sempre tem alguma verdura ou legume...e  pelo menos a gente vê a pessoa preparando na nossa frente....(a gente vê que ela pega na comida com a mesma mão que pega no dinheiro, vê que a comida está exposta pegando poeira da rua..ehehehe)  Outro detalhe, nesta época é baixa estação, e os preços tendem a ser mais baixos.
Dá pra reconhecer algum desses refrigerantes ???


Pad Thai ...uma delícia, esse aí tem macarrão, frango, broto de feijão, castanha de caju, tofu, temperado com umas ervas. Esse prato comi em Phi Phi, foi um pouco mais caro, 4 reais!!!

Atravessei para Ko Phi Phi (Ko – quer dizer ilha), estava ancioso pelas ilhas do sul da Tailândia, que eu ouvia falar há muito tempo. Essa região foi devastada por um tsunami em dezembro de 2004 atingindo vários países matando mais de 220 mil pessoas. Aqui o negócio foi brabo, arrazou quase tudo, imagina ondas de 30 metros!!! Ouvi dizer por aqui que é um assunto que deve ser evitado, pois muitos dos habitantes da ilha estão traumatizados pela perda dos familiares...abafa o caso. Mas a ilha já se recuperou, eu acho que mais de 90% já foi recontruído, desta vez muitas casas e a escola foram erguidas no alto da montanha. Ainda se vê destroços em alguns lugares.
Em caso de terremoto ou tsunami corra para a montanha ou para o centro da ilha !!!
É muito bonita essa região, fiz um passeio de barco de um dia inteiro...(o passeio custou 28 reais, incluido almoço, água mineral a vontade, e uma bandeja de frutas!!!) passamos por lugares magníficos...onde passamos mais tempo foi em Maya Bay – “A praia” do filme do Leonardo de Cáprio, é muito lindoooo...uns cenários de filme mesmo...praias e enseadas rodeadas por paredões de rocha muito altos!!
A vila de Phi Phi é um labirinto e eu demorei uns dias pra me localizar( vivia perdido, andando quase uma hora pra achar o hotel!!). Tem uns bares e restaurantes arrumadinhos, uns hotéis bacanas com piscina de frente para a praia. Claro que fiquei num dormitório mais barato da vila, pagando 10 reais (150 Baths ) no quarto comunitário, que só tinha eu e um japonês que quase não vi a cara dele. O que achei muito bacana é que tem um estúdio de tatuagem a cada 10 metros!!!! tem muito...eles fazem as tatoos com máquina ou com bambu!! É muito engraçado...como os estúdios ficam abertos direto...3-4 horas da manhã tem nego voltando da farra muito porre encostando pra fazer tatuagem!! Muito doido!
Bamboo island – uma das ilhas que paramos perto de Phi Phi ... só que a água tava meio barrenta ...eh eh e



O clima aqui lembra um pouco o de Bali...muita gente vem pra curtição, só que aqui as festas rolam na praia, numas barracas que fazem uma decoração bacana com tochas , tem umas apresentações com fogo, a galera se pinta com umas tintas que brilham com a luz neon... os caras piram dançando em cima de uns tablados à base de buket( é um balde com uma mistura de bebidas, geralmente rum e vodka ),...é muito bacana. Só curti festa uma noite, foi muito louco, só que a ressaca me fez perder o outro dia inteiro praticamente...Tô adorando o clima da Tailândia ! Amanhã vou para o outro lado, vou cruzar o país pra ir pras outras ilhas...sábado é a Full Moon Party!!!!!!!!!!!!!
Maya Bay ...” A praia”

Umas formações rochosas de formato estranho...repara essas que tão tipo penduradas...ainda pingava água

Lugarzinho bem legal né ?

A galera do passeio, os três primeiros que estão em pé do lado esquerdo foi com quem me enturmei mais, eles são gregos e moram em Dubai, os três são “aeromoças” da Fly Emirates

Para o nosso bem


Ko Phi Phi – Tailândia, 21 de outubro de 2553.

É legal viajar assim, a favor do vento, a favor das nossas emoções. Estar em outro país, o tempo todo pesquisando sobre novos destinos, cruzando informações da internet com as informações do guia e de outros mochileiros...é uma vida que dá muito prazer, os mochileiros que estiverem lendo isso aqui irão concordar comigo...é outro estilo de vida estar sempre em trânsito. Nos faz refletir sobre o que realmente nos traz felicidade, e vamos reconfigurando nossos valores...como se cada coisa que vimos, sentimos e assimilamos vão sendo incorporados na nossa personalidade, depois de cada lance ( e durante uma viagem pelo mundo isso acontece com frequencia) é como se a gente clicasse no botão ‘atualizar’ de uma página da internet, e aquilo incorpora no nosso HD interno...
E quando você se expõe a um leque grande de situações diferentes, quando você dá oportunidade para o acaso lhe mostrar várias coisas , você vai tendo certeza do quê que gosta mais, do que você não gosta, do que gosta de fazer, ou seja, você decobre quem você é, e o que te traz felicidade! Não sei se estou enganado, mas acho que a gente veio pro mundo pra alcancar a felicidade, certo? Senão, qual o outro objetivo da vida? Qualquer outra resposta para essa pergunta, analisando a fundo, vai ser : alcançar a felicidade.
Muita gente vai envelhecendo, olhando o mundo pela televisão e não tem força de sair da estagnação, de se expor às mudanças, ao novo. O problema é que mais cedo ou mais tarde você vai ter que enfrentar alguma mudança, e não vai estar preparado. É a terrível ‘zona de conforto’...estado psicológico que faz as pessoas se sentirem seguras naquela situação, sem estar expostas a nenhum risco ou ansiedade, isso ocorre tanto no campo emocional, profissional, social...que faz a pessoa levar a vida empurrando com a barriga algumas situações desconfortáveis , incovenientes, ou cansativas com medo que dê algo errado em uma possível mudança....”pra que mudar? deixa assim que tá bom...é mais fácil, ...”.
Acho que foi por isso que depois que terminei a faculdade 10 anos atrás, com menos de uma semana me mudei pra uma cidadezinha no Amazonas, no alto Rio Regro, queria respirar novos ares...ali fiz muita coisa que nunca tinha feito, desde caçar jacaré de madrugada e comê-lo assado numa praia deserta na beira do rio bebendo cachaça, até visitar comunidades indígenas onde não se falava português e comer carne de anta com farinha sentado no chão junto com eles...E quando voltei pra Belém, depois de uns meses fui trabalhar num município onde nos últimos 5 anos mudei de casa 5 vezes, o mesmo em Belém...mudei também umas 4 ou 5 vezes. Nestes últimos anos, na verdade, como estava alternando entre Belém e o interior, passava 3 dias em cada cidade.Tem uns 3 ou 4 anos já que eu não durmo na mesma cama mais de 4 noites consecutivas!!!

Sair da zona de conforto faz trazer à superfície novas qualidades, novos valores, faz acordar para algumas necessidades que estavam escondidas em algum lugar dentro do nosso coração. Oxigena a mente para enxergarmos com mais nitidez nossos sonhos.Falando nisso... Por que que a gente perde tanto tempo na vida adiando nossos sonhos? Pensando que eles são impossíveis, ou pensando que tem que ‘primeiro arrumar a vida’ chegando numa ‘estabilidade’ pra depois fazer o que sonha? Por que buscar com tanto afinco uma estabilidade, se o que nos torna vivos e o que movimenta nossos sonhos é justamente o oposto: a novidade, as mudanças, as incertezas...isso que faz a cabeça pensar, que traz motivação para o dia-a-dia. Será que ter uma vida ‘estável’ e previsível, traz realmente felicidade? Será que quem tem uma vida monótona, sem novidades, fazendo sempre as mesmas coisas e sem sequer planejar nada diz que está feliz por puro comodismo?
Quando estava planejando minha viagem, me chamavam de louco, e eu perguntava: Qual é o seu sonho? Muita gente não soube me responder. Muita gente anda sem saber aonde quer chegar. Chega uma hora que a gente tem que parar tudo, e dizer: êpa! O que que eu tô fazendo no planeta terra? O que que eu quero pra minha vida pra chegar na felicidade? Pera aí, o quê me traz felicidade mesmo ? Temos que pensar nisso, para o nosso bem.



Bola fora

Entre Langkawi e Satun , 18 de outubro de 2010.

Nosso último stop na Malásia foi na ilha de Langkawi, dessa vez não acertamos, uma praiazinha mixuruca (ou michuruca ? – primeira vez que escrevo essa palavra...) uma praia sem graça com uns passeios sem graça de jet ski, banana boat, um paraquedas puxado por uma lancha (esqueci o nome)...Nada tava agradando a gente, ainda bem que pagamos hotel barato (12 reais) e que tinha Wifi grátis, andamos na praia e paramos pra malhar na sombra duma árvore, o meu parceiro Hélio é meio geração saúde...gosta de se alimentar bem e tal, legal , e dá motivaçao pra gente malhar de vez em quando. Nossa academia é a praia, heheehe
Gostei da Malásia, a cultura muçulmana é bem evidente em toda parte, das mesquitas se ouve bem alto as orações, as mulheres todas de véu cobrindo a cabeça e o corpo, muitos homens com uma roupa tipo batina e uma boina na cabeça( não sei o nome do chapeuzinho)...um monte de coisa que com o passar do tempo foram ficando normais e eu já não estranhava mais, tava até conversando isso com o Hélio...a gente vai assimilando as diferenças culturais com o tempo e nem se admira tanto, tenho até que me policiar pra poder bater foto, passei quase uma semana sem tirar a filmadora da bolsa sem perceber. Tem coisas que a gente ainda acha graça, tipo quando a gente tava em Kuala Perlis, eu fiquei na rodoviária reparando as mochilas enquanto o Hélio foi comprar alguma coisa no supermercado e parou pra comer num mercado...só que não tinha talher! como era um local fora da rota turística, era uma mercado bem tradicional, e ele não comeu com a mão... ele disse que os nativos ficaram rindo dele procurando um garfo nas outras barracas e não achou...teve que trazer na marmita pra comer depois...um parêntese, ô coisa feia a galera comendo com a mão,viu! .... se fosse aquele tipo de arroz grudento que vem tudo num bolinho , mas não é aquele arroz solto e com molho... o cara junta num montinho e põe pra dentro, e como eles só usam a mão direita, eles rasgam a carne ou separam a carne do osso do frango com uma mão só...tipo amassando (tente fazer isso em casa: pegue um bife, e usando só uma das mãos divida ele em pedaços!! pra completar isso tudo lambuzado num molho oleoso!! ) , agora imagina comer macarrão desse jeito, é uma porcaria que a gente tem que virar a cara pra não fazer cara de nojo na frente do sujeito....lembrei também da china... os caras comendo o noodles (miojo) na tigela...eles colocam a tigela na boca tipo cuia e usam os pauzinhos pra empurrar o macarrão pra dentro...uma vez que o macarrão toca a boca, eles chupam de uma vez...SLUUP...fazendo um barulho muito alto ...sem mastigar quase e engolem, quer dizer deglutem um bolo imenso de macarrão de uma só vez!! Chinês come muito feio também...igual um cachorro preso 3 dias sem comer...amarra 2 pauzinhos nas patas dele e solta na frente de uma bacia de comida...vai comer igual um chinês!!! ahahah peguei pesado.


Enfim, erramos na ilha mas pelo menos era no caminho, não desviamos a rota. Deixei de ir pra ilha de Penang que era planejamento inicial e errei na troca. É foda, tem que tentar. Tem tantas ilhas nessa região, que tem que escolher...uma que fiquei muuuito na dúvida e acabei deixando pra trás foi a ilha de Ko Lipe,fiquei angustiado de não ter ido... se for fazer vontade o cara passa um ano viajando por aqui. O que está nos influenciando também, é que dia 23 vai rolar a Full Moon Party (Festa da lua cheia) em Ko Phangan na Tailândia, a festa mais famosa do mundo entre os mochileiros , juntando milhares de pessoas numa praia...não só por isso, estamos na verdade ansiosos pra ir pra Tailândia, e lá também terão muitas ilhas pra conhecer. Essas ilhas do sudeste asiático são lindas, praias paradisíacas, só que distanciam um pouco da cultura local pois são locais frequentados por estrangeiros somente.
Daqui vamos nos separar, o Hélio vai direto para Ko Phangan e eu vou para Krabi já na Tailândia pra ir pra Ko Phi Phi e outras ilhas no sul , talvez a gente se reencontre por lá. 
No hotel...roupas no varal..eu moro onde estou!


Praiazinha mixuruca de Langkawi


Ate tinha umas paisagens que valeram a pena bater uma foto...


De motinha em Langkawi


Muito comum na Indonesia, Cingapura e Malasia...esses cones de arroz com alguma coisa, geralmente peixe, carissimo, coisa de 60 centavos de real...


 



De ilha em ilha

Palau Perhentian-Malásia, 16 de outubro de 2010





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Voltamos para Kuala Terengganu e na rodoviária fizemos amizade com um casal de Cingapura que também estava em Redang, o cara era muito estranho...cabelão, barbudão e uma roupa que tinha mais buraco do que pano...rachamos um taxi para Kuala Besut que é o ponto de partida para as ilhas Perhentian, chegamos 10 min. depois do último barco e tivemos que dormir em K. Besut...o casal de Cingapura era tão gente boa que convidou a gente pra dormir no hotel deles pois tinha uma cama sobrando...dormimos de graça.
Chegando em Perhentian, ficamos num chalé em frente a praia pagando 9 reais! Nessa ilha tinha mais gente, a praia é bonita também. Mergulhando por lá vi arraias enormes, tubarões e a maior tartaruga da minha vida, devia ter mais de um metro, nadei do lado dela...Só fazendo mergulho livre com snorkell eu vi tanta coisa , que nem deu vontade de mergulhar com cilindro ...e com esse tempo que tô treinando dá pra descer uns 5-6 metros só no peito tranquilo. É até um lugar legal mas deu vontade de ir embora no dia seguinte.




Fugindo de tubarões

Palau Redang, 14 de outubro de 2010.

Tem sido muito bacana esses dias aqui na praia, subimos numa montanha para ter uma visão aérea da praia, fiz natação usando a praia como piscina, jogamos vôlei de tardinha junto com os nativos, mergulhamos muito, apesar da água não estar tão límpida como das ilhas Gili na Indonésia, mas deu pra ver muita coisa, fizemos uma trilha até o outro lado da ilha onde tem um resort...todo hotel ou resort bacana que a gente vê a gente sai entrando de gaiato, toma banho de chuveiro senta nas espreguiçadeiras... nesse resort pensando que estávamos isolados no mundo, passa uma mulher gritando: João vem comer tua comida, menino! ...brasileiro é uma praga, era um grupo de uns 12 que moram em Cingapura e estavam lá curtindo o feriado.

Num desses mergulhos, estava eu feliz da vida admirando a fauna marinha foi quando passou um tubarão, só que meio longe tipo 8-10 metros de distância e era pequeno, não deu muito medo, eu já tinha visto uns quando mergulhei com cilindro na Polinésia...nadei mais um pouco contornando uma ponta que tinha umas pedras, eis que surge um tubarão enorme tipo uns dois metros na minha frente, pense num desespero...virei em direção às pedras e fui me batendo todo pra subir pro seco e fugir, tinha consciência que o bicho nadava muito rápido que eu, mas foi instintivo. Porra, é normal fugir de cachorro, cavalo, boi...mas de tubarão!!! Na hora da agonia me arranhei nuns corais, feri minha mão e começou a sair sangue. Fudeu! Os tubarões sentem cheiro de sangue a quilômetros de distância!!! Fiquei em cima duma pedra um tempo para descansar...cadê o macho pra voltar pra água?!! Pior que não tinha por onde voltar, a não ser nadando, e tava muito longe ainda. Nessa hora só vem merda na cabeça, eu via as manchetes de jornal “ Turista brasileiro é atacado por tubarões na Malásia” , nessas horas de ‘quase-morte’ toda nossa vida passa como um filme na cabeça.

Lá estava eu, em pé, em cima duma pedra, com o dedo sangrando, olhando pra água igual uma moça... Ô situação! Depois de uns 10 minutos não teve jeito, tive que dar uma de macho e pular na água pra nadar até a praia...cheguei são e salvo.

Depois conversando com um nativo, ele disse que esses tubarões daqui da costa da Malásia são de uma espécie que não ataca e nunca teve nenhum incidente...ufa deu um alívio, só que lá na hora na frente do bichão...não deu pra pensar em nada.
Mais umas fotos de Redang:




A piscina na frente de casa onde eu treinava natação....



Tirei um tempo para treinar o golpe do dragão de fogo do Karatê Kid... que aprendi com o Daniel San...


Cruzando a Malásia

Palau Redang-Malásia, 13 de outubro de 2010.

Fomos de KL para o outro lado, a costa leste do país, para a cidade de Kuala Terengganu de onde saem os barcos para a ilha de Redang. Engraçado como surge a vontade de conhecer algum lugar, essa ilha não tava no planejamento...eu tava vendo alguma coisa na página do Couchsurfing e entrei num perfil de um CSer da Malásia para ver as fotos, e vi o cara fazendo snorkell num lugar lindo cheio de peixes coloridos, vi o nome da ilha, pesquisei no LP como chegava lá, foi coisa de alguns minutos resolvemos ir pra Redang.

Deixa eu contar essa parada...chegando em Kuala Terengganu fomos para o porto, a passagem para a ilha custa RM$50 (33 reais) cada trecho, ou seja $100 ida e volta. Aí a moça do guichê ofereceu um pacote de 3 dias e 2 noites num hotel incluindo as refeições e passeios por $260, era uma proposta boa, só que a gente ficou na dúvida se poderíamos achar algo mais barato por lá... ela disse que poderíamos pagar 10% para a reserva($26) e o resto pagava lá...agente olhou um pro outro(eu e o Hélio) e conversamos em português(que ninguém entende): bora pagar esses $26 e lá a gente procura outro, foda-se. Ou seja, pagamos praticamente metade do valor da passagem e desembarcamos na ilha de Redang que é um paraíso. (OBS. Quando fizemos a reserva(por $26) ela nos deu o ticket de ida e volta!) O correto era pra irmos direto para o hotel e pagar o restante($234) do pacote...não achamos nada mais barato por lá, só que o lugar era tão paradisíaco, num clima de praia tão gostoso, que pensamos: pra quê hotel ?!... procuramos um lugar seguro para ser nossa ‘casa’, vimos uma cabana, que na verdade era uma cabine de DJ bem na beira da praia e pronto! : passamos 3 dias morando na praia, dormindo naquelas redes debaixo dos coqueiros, bem melhor do que fechado dentro de um quarto, usamos os banheiros dos hotéis e restaurantes, e bem atrás tinha um local que era tipo da comunidade onde tinha água pra beber (meio esverdeada mas era boa!!) e café com bolacha que a gente se servia a vontade...(quando não tinha ninguém vendo, claro) Na ilha tinham pouquíssimos turistas, a maioria chineses em grupo, pois todos os hotéis estavam fechando por conta das monções, que é um período chuvoso onde o mar fica muito violento e eles reabrem só em fevereiro ou março, tava quase tudo vazio, a praia era nossa.

Os esquilos que acordavam a gente de manhã.

Olha aí onde a gente dormia...precisa quarto?


Foi engraçado um dia lá fomos comer no restaurante do hotel onde deveríamos ter ficado, aí na hora de pagar (era $15 pedimos pra deixar por $10),o japa vendo nossa cara de foragido (todos na ilha estavam em hotéis com refeição inclusa) perguntou nosso nome... o Tico e Teco se tocaram nessa hora e falei ...Paulo ! Aí ele: não é Rogerio Oliveira ??? (a reserva estava no meu nome!) Na maior naturalidade repeti... não, é Paulo, e o seu?...mudamos o rumo da prosa e saímos rindo muito!!!

Foi muito bacana esses dias mergulhando com os peixes, pegando coco de graça, dormindo na praia , sendo acordado pelos esquilos...100% natureza.

Tinham vários tubarões nadando comigo, esse era pequeno..

Escrevendo o blog na varanda de casa...

Subindo

Kuala Lumpur, Malásia- 11 de outubro de 2010.

Pegamos um trem Cingapura-Kuala Lumpur (capital da Malásia)...mudar de país ou cidade é sempre uma emoção diferente, dá uma renovada no gás. E isso acontece a cada 3-4 dias...quando a gente tá se acostumando, sabendo os caminhos, onde comer, conhecendo gente...aí chega a hora de apagar tudo e começar do zero...muda todo o cenário e os personagens. Foram 7 horas de viagem, mas desta vez era um trem melhor, mais confortável do que o último que peguei na Indonésia.

Obs. Eu sei que é chato algumas coisas que coloco aqui sobre meio de transporte, tempo de viagem, local de hospedagem, valores e etc. , mas essas informações podem ajudar quem estiver planejando uma viagem pra esses lados da Ásia, ok?

Fomos para Chinatown onde tinham várias opções de hospedagem barata, ficamos num albergue bem aconchegante, com sala de tv, lounge, biblioteca, cozinha, Wifi grátis, pagando 9 reais!!! ..

No albergue...a gente se sentiu em casa
....tinha um mercado de rua enorme do lado do albergue, chinês é desgraçado pra vender coisa vagabunda, falsificada e barata...a pechincha é lei na hora de comprar qualquer bagulho, eles sempre colocam o preço 3, 4, 5 vezes mais...olha só quando fui comprar uma camisa:

- quanto é essa aqui?

- $45

- (fiz cara de assustado)

- Mas pra vc faço por $30

- tá caro

- mas é que essa malha é melhor, olha!

- tá caro

- eu deixo por $25 , pronto

- tá caro, não quero não.(aí finge que vai embora)

- espere, quanto vc paga?

-$15

- Ok

Bairro chinês em Kuala Lumpur

É desse jeito em qualquer mercado de rua....depois encostamos num restaurante chinês e comemos um macarrão com cogumelos e uns frutos do mar (pra lembrar dos meus dias em Hong Kong)...chinês é um bicho mal educado mesmo, se estiver fechado o restaurante por exemplo, e você pede alguma coisa eles fazem uma cara feia fazendo que não, parece que tá enxotando o cara, que nem quando fui pedir pra um cara bater uma foto minha numa feira em HK, o cara deve ter me chingado eu acho, dizendo que não pois tava ocupado, tava trabalhando...mas numa brabeza...quase que peço desculpa pra ele....

De noite seguimos para a atração mais famosa de cidade: Petronas Towers, as maiores torres gêmeas do mundo! Acho que é a coisa mais interessante da cidade. Mermão, olha que tenho visto muitos arranha-céus por aí, mas as Petronas são muito lindas, principalmente vistas a noite, ficamos bem uma hora lá na frente de boca aberta e batendo foto...elas são gigantescas. Sério, ficamos um tempão admirados !! Depois entramos lá, tem um shopping, uns salões bonitos...Não tem muito o que dizer... só vendo as fotos.


Foto clichê nas Petronas
No mesmo dia que chegamos, tinha rolado o Moto GP da Malásia pela manhã...tinha uma galera de moto pela cidade, na frente dos bares aquela fileira de motos enormes..da galera que foi assistir à corrida.

A população da Malásia é composta por malaios, chineses, indianos, e outras etnias da provindadas de outras regiões da Malásia, sendo a maioria (80%) da população muçulmana, tem várias mesquitas grandes pela cidade(nem se compara à quantidade de templos da Indonésia, que tinha um em cada esquina!) visitamos algumas mesquitas, legal... nas horas da reza tem uns auto- falantes que entoam uma oração em volume bem alto...A cultura muçulmana está por toda parte...não se entra calçado em muitos lugares, pois como os sapatos são considerados impuros e como “o lugar onde você está é um lugar sagrado” não se deve entrar com impurezas; as mulheres todas usam um véu para esconder a cabeça e o corpo, de acordo com as tradições muçulmanas só quem pode ver a mulher sem o véu é o marido, alguns membros da família e quem não tem ‘maldade’ na cabeça como idosos e crianças... as vezes na hora de pedir uma informação sem querer a gente toca nelas no ombro, só pra chamar, elas se assustam e se afastam... agora não tocamos mais em nenhuma mulher...pra não dar merda. Os muçulmanos rigorosos também não bebem, pois se você está buscando outra coisa que lhe traga felicidade que não é Allah, é porque vc acredita em outro Deus, mas para o islã não existe outro Deus... Allah é o único. Tem mais um monte de tradições islâmicas que estão no nosso dia-a-dia aqui na Malásia, as que eu for lembrando vou colocando aqui...
Amanhã vamos cruzar o país para conhecer umas ilhas.
Mais umas fotos das andanças:

Coisa de chinês, ovos cozidos no chá!

Tava escolhendo uma pra levar de presente, será que vão usar isso em Belém??(sacanagem)

Bem comum aqui na Ásia, banheiras com peixes para relaxamento das pernas e pés, eu vi uns lugares na Indonésia onde eles mergulham o corpo todo na banheira, e os peixes ficam beliscando

Tinha uma ninja no trem!

Banheiro do restaurante, observaram que não tem papel, tem que usar essa mangueira pra se lavar, detalhe tem que ser com a mão esquerda

Meu Guinness Book

Kuala Lumpur - Malásia , 12 de outubro de 2010.

Relendo minhas histórias e revendo umas fotos, juntei aqui os ‘top 10’ da minha viagem...uma parcial de onde já passei, e ainda tem muita coisa pela frente...


1- Maior tela de cinema do mundo – IMAX (Sydney)

2- Maior buda sentado a céu aberto do mundo – Big Buddha (Ilha de Lantau- Hong Kong)

3- País mais populoso do mundo – China

4- Maior escada rolante a céu aberto do mudo – Bairro Soho (Hong Kong)

5- Lugar mais isolado do mundo – Ilha de Páscoa

6- Maior arquipélago do mundo- Indonésia

7- Melhor malha ferroviária do mundo– (Hong Kong)

8- Maior roda gigante do mundo – Singapore Flyer (Cingapura)

9- Ilha mais populosa do mundo – Ilha de Java (Indonésia)

10- Maiores torres gêmeas do mundo – Petronas Towers (Kuala Lumpur- Malásia)

Roda Mundo Roda Gigante

Cingapura, 9 de outubro de 2010 .

Em quase todas as cidades do sudeste asiático tem um bairro chinês (Chinatown) e um indiano(Little India). Não basta eles serem os mais populosos do mundo e ainda assim tem colônias enormes em outros países. Fui direto pro bairro indiano, onde tinha combinado de me encontrar com o Hélio, o mineiro que viajei junto em Bali e Lombok na Indonésia....vamos subir juntos o sudeste asiático até a Tailândia.

Cingapura é uma cidade moderna, cheia de arranha-céus de arquitetura futurística, muito organizada e limpa. Foi muita diferença eu sair de Jakarta, uma cidade barulhenta, suja e com pobreza pra todos os lados e horas depois estar andando aqui onde tudo funciona certinho, o transporte público é excelente e trânsito bem tranquilo. Aqui, pra tudo que é lado tem placa de proibição e o valor da multa para quem fizer, por isso é conhecida como “Fine city”, uma brincadeira pois ‘fine’ significa ‘legal, agradável’ ao mesmo tempo significa ’multa’... tem umas interessantes tipo, no metrô leva multa quem fumar, comer, beber, entrar com animais, ou entrar com durian(lembra daquela fruta fedorenta?)....brincadeira né! Quem entrar com uma fruta no metrô paga o equivalente a 800 reais!!! pense numa fruta fedorenta.


Não existem cidades ou estados, Cingapura é uma coisa só: país, estado e cidade...dividido por regiões. Andamos horas vendo um prédio bonito atrás do outro, o que mais impressionou sem dúvida foi um hotel imenso que tem tipo um barco sobre 6 colunas, subimos até o penúltimo andar bem embaixo do barco, inclusive era proibido entrar no elevador quem não era hóspede, mas agente se meteu de gaiato, só que lá no 55º andar tem um outro segurança que perguntou qual era o nosso quarto... aí sujou e tivemos que descer, mas deu pra fazer umas fotos de lá. Na verdade podia subir se pagasse uma entrada, mas a gente não quis pagar nada não, era tipo uns 80-100 reais eu acho. O Hélio até conheceu num jogo de bola aqui, um engenheiro brasileiro que estava envolvido na construção desse hotel, ele disse que tinha dado entrevista pro fantástico e tal....

Do lado esquerdo a Singapore Flyer e do lado direito o hotel Marina Bay Sands...entramos nesse hotel e em todo o complexo...extraordinário...shopping, cassino, restaurantes...não é a toa que esse é o hotel mais caro do mundo(não pelo valor da diária, mais pelo altíssimo custo de sua construção...em torno de R$ 12 bilhões !! 

Acho que o ponto máximo foi dar uma volta na Singapore Flyer- a maior roda gigante do mundo com 165 metros. Assisti ao por-do-sol lá de cima, vendo as luzes da cidade irem acendendo, foi muito louco! toda vez que eu ver uma roda gigante, tenho certeza que vou lembrar de Cingapura...

A maior do mundoooo!!!!!!


De dentro da Singapore Flyer...a vista para o Hotel Marina Bay Sands...um espetáculo!

Que pôr-do-sol lindo daí de cima...diga lá!

Imagina esse passeio de roda gigante com essa vista!!!

Outra coisa bacana que a gente vê aqui, é tipo um sensor em todos os veículos que serve para pagar pedágio em algumas avenidas em determinados horários...por exemplo na hora do rush pra passar pelas avenidas que mais congestionam paga-se pedágio, dessa forma ajuda a distribuir melhor o trânsito...

Andando pelas ruas lembrei de Hong Kong, tanto pelos arranha-céus quanto pela quantidade de chineses que tem aqui...eles adoram aqueles celulares enormes tipo iphone, quase todo mundo tem um, no metro a gente pede uma informação os caras tiram ele do bolso abre o google maps e te mostra o mapa com a direção a seguir...detalhe, aqui tem sinal Wi fi público em quase toda a cidade (de graça!). Isso que lugar muderno!

Também não podia entrar com durian no albergue!
 Em vários lugares também não pode entrar calçado, pois os sapatos são considerados impuros no mundo islâmico, aliás  as sociedades árabes têm preconceitos culturais contra o pé, porque é a parte do corpo mais baixa (e portanto mais suja)... os muçulmanos sempre tiram os sapatos para entrar numa mesquita para rezar..

Clarke Quay - local muito charmoso, cheio de bares e restaurantes, ao lado do rio Cingapura 

Num restaurante...é só escolher o prato que eles preparam na hora! olha aquele dos olhinho arregalado, deve ser uma delícia! Na verdade eu já comi rã num restaurante vietnamita em Caiena- Guiana Francesa, tem gosto de frango...

Isso deve ser bom com açaí !!