Olhos de Contemplação

Entre Yogyakarta e Jakarta - INDONÉSIA, 4 de outubro de 2010.




    Pense num cara quebrado... foi como cheguei em Yogyakarta (Yogya ou Jogja para os íntimos) tinha acordado 3h da madruga pra subir a montanha....depois peguei 10 horas sentado numa van!!...

Fui direto para a região central da cidade, na rua onde ficam as pousadas baratas. Nas cidades maiores sempre tem uma rua ou região que é o gueto dos mochileiros.

 É legal ficar nestes locais, pois além de pagar acomodação barata, claro, sempre é num local de fácil acesso para outras regiões da cidade e tem tudo por perto tipo: internet, lavanderia, comida barata, mercadinho, agência de viagem que organiza passeios e vendem tickets, aluguel de moto ....e outros mochileiros pra trocar ideia.


Ruela dos albergues na região da Sosrowijayan...passei 3 dias e não consegui decorar esse nome..rsrs


Continuando....fui dormir igual arroz de terceira, e 4:30h da madruga de novo eu tava de pé para outra programação: visitar uns templos (pra variar...).

Borobodur


 O primeiro foi Borobudur , um templo budista, um dos mais notáveis templos do sudeste asiático.
 
Construído no século IX, foi abandonado com o declínio do budismo, coberto com as cinzas de uma erupção vulcânica em 1006 e redescoberto em 1814.

 O templo é feito todo em pedras esculpidas, sendo 2.672 painéis ilustrando os ensinamentos budistas e mais 504 imagens de Buda estando 72 no terraço superior. 

Lembrei daquele programa do Zeca Camargo, a fantástica volta ao mundo...ele mostrou o templo de Borobudur, que é um PATRIMÔNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE.


As imagens de Buda de Borobudur




Borobudur



Prambanan


De lá para Prambanan, o maior complexo de templos hindus de Java- a principal ilha da Indonésia, que foi arrasado num terremoto em 2006 mas boa parte já foi restaurada...no complexo os principas são o templo de Shiva, que é o maior, ao lado dos templos de Brahma e Vishnu.



O maior da direita é o templo de Shiva, o menor de Brahma




Um dos painéis no templo de Vishnu



Perambulei pela rua Malioboro...cheia de lojas vendendo roupas multicoloridas e Batiks que são tipo batas coloridas usados pelos muçulmanos que são 80% da população. 

Cara, tudo feito de um colorido tão "peculiar..." que não me agradou muito a princípio, imaginem passar por centenas de bancas e nada te agradar! 

Isso sempre acontece quando me deparo com algo novo: acho super exótico no início a ponto de não me agradar tanto...e com a convivência ir entendendo melhor as combinações de cor e a representatividade de tudo aquilo. 

O que ainda me agradou, foram as camisas de lembrança com nome da cidade mas não trouxe nenhuma...imagina se eu for comprar uma camisa de cada cidade e ponto turístico...haja guarda-roupa!

A Indonésia é um país muito pobre, em locais não turísticos a comida nas barracas de rua chega ser mais barato do que aqueles valores que eu mostrei de Bali...uma refeição custa 1 a 2 reais, copo de suco ou chá= R$0,40 ... paguei 12 reais no hotel (cotação em out/2010).

 Estou colocando alguns valores pra vocês verem que mochilar na Ásia é barato, o que encarece são os souvenirs que a gente inevitavelmente vai comprando. 
O cara pode sair provando tudo que vê pela frente...eu encosto num warong (pequenas vendas de comida local) e vou pedindo um de cada...

Gosto de comer tudo de diferente que vejo, apesar de estar mais de duas semanas na Indonésia, a culinária varia de uma região para outra do país. Interessante aqui que os caras comem comida pesada no café, almoço e jantar...não tem esse papo de cafezinho com bolacha, lanchinho... é só comida braba o dia todo, 5-6h da manhã nego com uma pratada de arroz misturado com umas frituras!!😄


Barraca de comida  de Yogya, ninguém usando talher não! É  só a mão...    mas detalhe, só a mão direita, tanto para comer quanto para 
cumprimentar alguém, a esquerda é considerada suja.



Prato do jantar: Gudeg



No sábado dei uma sorte (eu ia escrevendo largura, mas tô me esforçando pra não colocar gírias paraenses...) de estar passando numa rua, aí eu vi uma aglomeração...era um festival de danças na rua, com apresentação de vários países. Várias danças típicas...de graça!...foi um programaço !!


                                 Desfile Cultural nas ruas de Yogyakarta



   No domingão tava batendo perna...voltando do Kraton que é uma antiga residência do sultão, aí um cara vendo minha camisa verde e amarela foi puxando papo...Brasil Brasil, Ronaldo, Kaká...os indonésios gostam dos brasileiros, eu gosto de vestir a camisa do Brasil que eles mexem, acham graça aí eu encosto e bato papo e pego alguma informação...  

Mas sim, aí o cara me deu o toque de uma galeria de arte onde vendia uns batiks (leia mais) –que além de ser o nome das roupas, também é o nome de uma técnica de pintura tradicional javanesa...ele disse que nessa galeria as pinturas eram autênticas, de melhor qualidade e mais baratas que as vendidas em lojas do centro turístico.

Peguei um típico becak (leia mais) e fui lá...o próprio artista me explicou passo-a-passo o processo da pintura... batik significa ponto-a-ponto...eles cobrem o tecido(algodão ou seda) com um tipo de parafina aonde não é pra pegar uma cor de tinta... aí usa uma tintura, depois remove essa cobertura com água quente, e faz outra pra usar outra tintura...é um processo bem trabalhoso, e o resultado final é uma pintura muito bonita...trouxe umas pra colocar na sala de casa.

Nada mal uma mordomia de vez em quando...
R$0,70 uma corrida de becak hehehe


O cara me mostrando como é o processo de confecção do batik




Muito bonito esse batik, com vários símbolos da cultura javanesa...
vai pra sala de casa !

De tarde aluguei uma moto pra dar um rolê , mermão nunca vi tanta moto...eu tava parado num sinal, sem sacanagem, tinham umas outras 50 motos me rodeando!!! 

Fui até o Jogja Expo Center onde tava rolando uma feira de informática, meu cumpade, no estacionamento tinham umas 3 a 4 mil motos!!! Só pra lembrar, a Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo perdendo só para a China, Índia e EUA, com mais de 300 etnias e mais de 700 idiomas e dialetos; só na ilha de Java tem mais de 140 milhões! Sendo a ilha mais povoada do mundo, pense numa cagada.

Os preços da feira não eram muito diferentes dos nossos, comprei um netbook, tava precisando, perceberam que agora tô usando acento?!...configurei meu teclado pra o português, agora com computador pretendo manter o blog mais atualizado, e no meu “tempo livre” vou poder estudar mais sobre as cidades, povos e religiões.

Estou num trem indo pra Jakarta...de 3ª classe - classe “bisinis” !!


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