Feliz Ano Novo de novo !!!

Kathmandu, 13 de abril de 2011.

Finalmente hoje deixo o Nepal, no dia do  Ano Novo Nepalês onde se comemora a entrada do ano de 2068. É meu terceiro Ano Novo em menos de cinco meses! Sem contar que quando comemorei o nosso reveillon (31 de dezembro)  estava no Vietnã, em horário diferente do Brasil (dez horas a mais) no dia seguinte enquanto eu já estava na ressaca do dia 1° de janeiro foi quando desejei feliz Ano Novo pela internet para a minha família.
Passei mais tempo que previa pois tive que esperar sair o visto da Índia, foi vacilo, poderia ter pegado esse visto antes de ter ido para o Annapurna, na primeira vez que estive aqui. Foram 34 dias no Nepal, 17 em Kathmandu, a cidade que passei mais tempo até agora em toda a viagem. Conheci um casal espanhol muito alto-astral quando vim de Lumbini, que já tinham visitado e adorado o Brasil, passamos uns dias juntos trocando informações da Índia e da China já que estávamos indo em direções opostas. Conheci também uma brasileira no hotel, havia três meses que não encontrava ninguém da raça, depois reencontrei um pessoal do trekking,  um outro amigo israelense que viajei junto na China e uns outros amigos do monastério que até dividimos quarto nos últimos dias aqui em Kathmandu. Foi uma semana extra que não planejava ficar mas tive uns  encontros que valeram a pena. Repeti uns lugares que já tinha ido e fui em outros que não conhecia como Baktapur e Patan,  que têm praças e templos de arquitetura bem parecida com as outras praças que visitei. 

Na praca principal de Baktapur

Festa na rua em Baktapur





Namaste!


Numa praca em Patan

Rodando de moto, bicicleta e a pé, vivendo o cotidiano da cidade, aprendi um pouco mais da cultura do país. Tem umas coisas que parecem histórias de filme, eles têm uma deusa viva chamada Kumari que mora num templo bem na praça principal de Kathmandu, que é escolhida ainda criança depois de dezenas de provas que confirmam se ela é realmente a reencarnação de uma deusa, como algumas características físicas e outros testes de personalidade, como trancar a criança em um quarto com várias cabeças de animais cortadas e ensanguentadas, se ela chorar é porque não é a deusa, e coisas do tipo. Ela aparece em público duas vezes ao dia na janela do templo para abençoar os fiéis. As Kumaris perdem o “cargo” de deusa quando menstruam, então uma outra é escolhida.
Outras nepalices comuns: o uso da buzina de forma irritante(como no Vietnã), fiz alguns trechos de ônibus, ficamos azucrinados e aborrecidos de tanto que eles buzinam sem razão; ao te entregar ou receber alguma coisa ou dinheiro, o fazem com a mão direita e a esquerda como se estivesse apoiando por baixo o braço direito em tom de respeito ou gratidão; nos restaurantes eles disponibilizam jarras de água e bebemos diretamente na jarra sem encostar a boca; eles não demonstram afeto em público não vemos casais de mãos dadas nas ruas, aliás não lembro nem de ter visto casais sequer andando juntos, o que não ocorre entre os homens que andam de mãos dadas (e dedos cruzados) ou abraçados, e quando estão parados se abraçam de forma carinhosa pegando na cintura e tudo. É bem estranho esse carinho entre os homens, que aos nossos olhos se assemelha ao homosexualismo, me esforcei para não ver desta forma. A comida é normalmente bem apimentada mas não vi tantos ingredientes irreconhecíveis como na China, sendo diferente a forma de preparo e os condimentos especialmente o curry que é bem comum em vários pratos, como a samussa, uma comida de rua bem comum, espécie de pastel recheado com batatas e ervilhas ao curry. O chapati também que é como um pão árabe e o chá fervido com o leite, são bem comuns nas ruas. Aqui não tem supermercados, somente mercearias e feiras, e aquela abundância e variedade de frutas e verduras que se vê na China, aqui se resume a barraquinhas ou vendedores ambulantes com quase nada a oferecer.
Imagens de Kathmandu

Olha esse menu, nem os numeros dao pra entender!

Imagens de Kathmandu

A galera do monasterio que reencontrei

Uma noite saí para jantar com o Aleix e a Monserrat o casal espanhol  fora de série  que tive muita afinidade, combinamos de comer ‘à nepalesa’ (com as mãos), eu já tinha comido num restaurantezinho de beira de estrada onde não tinha talher mesmo mas desta vez foi por opção, não era comida sequinha não, foi um prato com uma pasta de arroz e um caldo de dal (tipo de grão)  com lentilha, uma comida pastosa e melada (pra não dizer nojenta) estranhíssima de ser manuseada e comida com as mãos, mas é como os locais comem.  
O casal espanhol e minha amiga brasileira

Maos a obra !

Assim como na China que tive um choque logo que cheguei e depois fui me familiarizando a ponto de não estranhar tanto, aqui também senti uma diferença enorme de ambiente que foi sanada pelo tempo, absorvi bem toda essa diferença. Sentir isso depois de visitar um país é a prova de que consegui me sintonizar com toda a diferença cultural. Comprovo isso à medida que vai aumentando a minha  naturalidade ao caminhar pelas ruas, de tanto ver as mesmas cenas e situações  tudo passa a ser “mais normal”. Diante de uma cultura tão diferente da nossa, precisamos de mais tempo pra alcançar isso, numa viagem de poucos dias é difícil aferir o que vemos com nossos padrões de normalidade. O que não ocorreu no sudeste asiático, onde não senti tanta disparidade entre os países que me causasse espanto.  Não que eu já me sinta um peixe dentro d’água mas não tão fora como nos primeiros dias.

2 comentários:

Jessyca Kenatte disse...

Noossa Cara..
Muitoo massaa..
Adoro o Nepal> :D

Jessyca Kenatte disse...

Muito massa..
Adoro o Nepal > :D