Dias de monge

Lumbini, 04 de abril de 2011.

Depois de ter ido a dezenas de templos budistas na Ásia. Vim para uma das cidades mais sagradas para o Budismo, o local de nascimento de Sidharta Gautama(Buda), e conversando com um pessoal que encontrei no ônibus no caminho, soube que tinha como ficar hospedado num templo dentro da região sagrada de Lumbini, uma ára muito grande, espécie de campo com vários templos e monastérios. O principal é o Mayadevi, justamente  onde marca com uma pedra o local exato do nascimento. Vários países construíram grandiosos templos no local, fiquei no templo coreano onde tenho conhecido muita gente bacana.
Conheci uma coreana no refeitório do monastério logo que cheguei, que está aqui a algumas semanas assim como várias pessoas que encontrei. Ela tinha passado também um tempo na Índia e era realmente adepta à meditação. Foi com ela que comecei a conversar sobre meditação, eu vim pra cá sem nenhuma ideia do que iria encontrar. É um local muito tranquilo e silencioso, não tem muito o que se fazer num monastério a não ser conversar, ler, curtir a natureza. (Ah, rezar e meditar). Tem outros viajantes de várias partes do mundo, alguns vieram ao Nepal só pra isso. De repente me dou conta que estou aqui num monastério em Lumbini, em um dos locais mais sagrados do Budismo, já que Buda nasceu aqui ! Sentado numa mesa do pátio interno, passando a maior parte do dia lendo sobre meditação, Budismo, Tibet...
O templo Mayadevi, local de nascimento de Buda
A pedra que marca o local exato do nascimento de Buda
O pátio do monastério

O templo coreano

A noite participei de um ritual no templo e logo após um dos monges com a ajuda de uma intérprete explicou a forma correta de  fazer as orações e saudações  dizendo o significado dos gestos. São sempre três saudações: a primeira para Buda, a segunda para as palavras de Buda e a terceira  para o monge que cunduz o ritual. Mais uma vez: não virei budista, estou aqui só para conhecer melhor a religião. E viajar pela Ásia e não se envolver com religião é impossível.
O monge explicando sobre os procedimentos durante o ritual

Passei esses dias cercado de monges, li e conversei bastante sobre meditação, no entanto é uma prática que exije muita disciplina e treino, não é tão simples como eu imaginava atingir o estado meditativo. Este estado elevado da mente, é quando a pessoa(os yogis por exemplo) consegue um domínio próprio a ponto de bloquear fluxo interno de sensações, (para os yogis corresponde ao samadhi) processo este que leva à uma felicidade maior que as felicidades habituais, (talvez pela liberação de endorfina, não sei se tem algum estudo sobre isso). Esses princípios se mesclam com os do budismo, no entanto não têm uma ligação direta com religião. É simplesmente uma técnica ou uma forma especial de concentração. Confunde-se com uma forma de oração budista pois  o objetivo do culto budista é alcançar um estado mental altamente superior até buscar a iluminação(nirvana). Foi o que Buda atingiu e se tornou um ser venerado. Então tenta-se atingir essa iluminação meditando.
No livro orientava a pessoa a assistir menos televisão e diminuir o acesso a outras fontes de informação para faciitar o esvaziamento da mente. Para monges tudo bem, nós que vivemos no mundo real é impossível. Então eu tentei meditar, local mais propício impossível: num templo de um monastério localizado em um campo silencioso na região sagrada de Lumbini. E, sinceramente, o que eu senti ao tentar meditar foi sono. Existem várias formas de meditação, seguindo basicamente o mesmo princípio de limpar a mente de quaisquer pensamentos, concentrando-se na respiração ou algum método semelhante. Outras várias artes orientais estão embasadas nos princípios da meditação como o yoga e o  reiki. É sem dúvida um assunto muito interessante e felizes os que conseguem prazer com esta prática, mas particularmente, vi que não é minha praia.

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