A dois


Londres, 16 de julho de 2011.

A partir desse post vou usar mais verbos no plural. Nos útimos quatro dias a viagem está diferente com a companhia da minha irmã. Pode parecer besteira, mas só quem já sentiu na pele, entende a diferença de passar meses e meses viajando sozinho, depois passar a ter a companhia de alguém do nosso mundo ao lado. Quando estamos sozinhos ou mesmo com alguém de outro país, não fazemos certos tipos de comentários a respeito das impressões de algum lugar da mesma forma de quando estamos alguém do nosso mundo. E nesses poucos dias já senti aquela coisa da barreira que se forma quando estamos em par ou em grupo. Não nos sentimos completamente abertos para conhecer gente nova, bater papo ou se enturmar em outros grupos. Principalmente porque minha irmã, não está acostumada com viagens independentes, clima de albergue, quarto, cozinha e  banheiros coletivos e a interação entre outros mochileiros. Então, como ela mesma percebeu, fico me preocupando em não deixá-la sozinha e me achando meio responsável por tudo.
Minha nova parceira


 De vez em quando lembro dos casais que conheci pelo caminho que sabiam administrar muito bem essa coisa de estar em dupla mas se mantendo abertos. Fiquei impressionado pelo companheirismo deles, os chilenos que viajei  na China, os espanhóis que viajei pelo Nepal e os mexicanos na Índia,  pareciam viajantes independentes andando juntos. Eu viajei com eles por um tempo, em nenhum momento me senti atrapalhando a intimidade deles pois não me faziam sentir isso...se eu sentisse, com certeza na mesma hora eu me separaria e seguiria só. Era um clima de viagem a três, e não um casal mais um ‘agregado’. Lembro muito deles pois também conheci outros casais e outros pares ou grupos que ficam numa bolha, mantendo contato com alguém de fora mas sem dar a liberdade suficiente. Esse é o ponto que eu queria chegar,...quando se viaja com alguém, tem que ter o cuidado de não se fechar na bolha, temos que nos manter abertos a conhecer gente sem deixar ninguém desconfortável. Notei que isso é uma característica mais inerente aos mochileiros do que com outras classes de turistas, óbvio que estou generalizando, mas essa vontade de conhecer gente vai se desenvolvendo quando passamos um tempo sós e convivemos em ambientes comunitários. Os albergues (já passei por mais de 100 até agora...) têm áreas comuns, bares, salas de jogos ou de tv justamente para promover essa interação.
Estamos encantados por Londres, para todas as direções que olhamos tem algo bonito, bairros como Notting Hill ou Acton onde era nosso albergue, dá prazer em caminhar pelas ruas admirando as casinhas muito bem cuidadas e suas sacadas e jardins floridos. Fui novamente ao mercado em Candem Town, e pelas ruas do centro próximo às margens do Tâmisa. Um dia passando em frente ao parlamento resolvemos entrar e demos sorte de estar acontecendo uma das sessões, acompanhamos de dentro da sala dos lordes os parlamentares discutindo assuntos do governo...o  presidente da câmara ou sei lá o quê, usando aquelas perucas brancas e roupas bem tradicionais...
Detalhe do relógio mais famoso do mundo.

Canais próximos a Candem Town

383 dias para a próxima olimpíada em Londres,
cheguei cedo demais!




 Rodamos na London Eye, a famosa roda gigante que oferece uma vista bem privilegiada da cidade. Fomos em museus, legal que quase todos os museus têm entrada gratuita...pode-se apreciar de graça obras de Van Gogh, Monet, Renoir e outros não tão famosos mas com pinturas belíssimas. Fiquei admirado em ver grupos de crianças de 8-10 anos fazendo aquelas excursões de colégio no museu e a professora dando aula de hitória da arte fazendo uma análise profunda das obras de uma forma tão ‘adulta’... ver crianças daquea idade debatendo questões do tipo: com que intenção o pintor usou esta ou aquela cor, ou o porquê da expressão facial de algum personagem da tela. Cenas como essa nos faz pensar sobre a qualidade da educação no Brasil,... se desenvolvemos o senso crítico e artístico das nossas crianças como deveríamos.  
Fizemos pic-nic nos lindos parques da cidade todos esses dias. Em outras palavras: preparei comida no albergue e usei  minha marmita para não precisar comprar comida na rua que é carííííssima. Depois de todo esse tempo na Ásia, meus parâmetros de preço estão distorcidos...ainda mais aqui que é uma das cidades mais caras da Europa, e a libra esterlina  é  mais forte que o euro. Estou fazendo aqui como fiz na Nova Zelândia, comendo só comida que eu preparo, comprada no supermercado, dessa forma reduz-se muito o gasto na alimentação. Ter uma cozinha à disposição  é uma outra vantagem dos albergues em relação aos hotéis.
Passei 8 dias em Londres, vamos seguindo na Europa para o sul, próximo destino: Paris!

Rio Tâmisa e as luzes da London eye


London eye

Pic nic no parque Greenwich, pertinho onde
passa o meridiano


4 comentários:

Anônimo disse...

Rogério,

Vou te fazer uma pergunta indiscreta kkk, quantos quilos vc emagreceu nessa viagem? Pelas fotos parece que foram muitos. ;)

Gabriela Busato disse...

Olá Rogério, tudo bem?
Nos conhecemos em um albergue em Lodres, estou acompanhando o blog e adorando ler os posts.
Linda Aventura!
Beijos, Gabriela.

Gabriel Danello disse...

Pararam os posts??? Como tá a viagem aí pela Europa, po?! O Blog ´r muito legal pra ficar tanto tempo parado... hahaha!
Abraço!
Gabriel Danello.

paula manaus disse...

Entao vimos isso em varios lugares,as criancas e os professores,vimos em londres.em paris.barcelona e lisboa e e inevitavel compararmos ao brasil que ainda tem um ensino muito longe da realidade externa