Castelo de algodão

Entre Selçuk e Pamukkale, 03 de julho de 2011.

A Turquia é um país bem diversificado, uma costa com lindas praias, sítios arqueológicos com vários resquícios da civilização greco-romana, paisagens montanhosas, cidades tranquilas  e clima bem agradável.
Desci para Selçuk,  cheguei num sábado e estava tendo um grande bazar e uma feira, com as frutas da estação bem baratas...me enchi de morango e pêssego a pouco mais de um real o quilo. Gosto do colorido da Turquia, nas lanternas de ladrilhos bem típicas e nos artesanatos, o símbolo mais comum é um olho da sorte em tons de azul e branco que eles usam em tudo: decorações de parede, chaveiros, pulseiras, brincos...vemos por toda parte. Os turcos também têm tradição na tapeçaria, assim como seus vizinhos iranianos(antiga pérsia),  nas lojas de tapetes vemos peças muito bonitas todas bordadas à mão.
Mercado em Selçuk

Próximo a Selçuk está a única outra sobrevivente , além das pirâmides do Egito, das sete maravilhas do mundo antigo, o templo de Ártemis que originalmente era um monumento enorme de colunas de mármore e esculturas de pedras pretas, ouro e prata, dedicado à deusa grega Ártemis. Foi o maior templo do mundo antigo, hoje depois de sucessivos  incêndios e depredações não restou nada além de uma única coluna e algumas pedras amontoadas.
O que sobrou do templo de Ártemis

Mas a maior atração nas redondezas de Selçuk,  sem dúvida são as ruínas da antiga cidade de Éfeso, que foi por muito tempo a segunda maior cidade do império romano depois de Roma. Diz-se também que São João escreveu sua parte do evangelho por aqui.
O grandioso teatro de Éfeso, onde também tinham
espetáculos de gladiadores

A biblioteca de Celso

Éfeso
Nike (Nique), a deusa grega da vitória, ela é a deusa que entrega
 as honras da vitória ao vencedor. Daí veio o nome da famosa
marca esportiva que chamamos de "Naique" , com  o logomarca
que representa as asas da deusa.

De Selçuk segui para Pamukkale, para visitar as fantásticas cascatas cor de neve. Elas são derivadas do acúmulo de carbonato de cálcio, dando origem à uma formação geológica chamada de mármore travertino. Um lugar que me deixou muito impressionado, nunca tinha visto nada parecido com aquilo ali...passei uma tarde toda de molho nas piscinas admirando toda aquela enorme montanha branca, suas piscinas e cascatas. Tinha que ficar de molho na água mesmo, pois por conta do reflexo dos raios solares no branco da montanha, fazia um calor bem forte que queimava a pele e doía nos olhos.
Pamukkale em turco significa "Castelo de algodão"





Com bem frequência ainda me perguntam se eu não estou cansado de viajar e se já sinto vontade de voltar pra casa. Mas como é que eu conseguiria cansar de ver essas coisas maravilhosas no mundo!?!?!  Cada dia é uma coisa diferente...tá certo que já se passaram 322 dias, mas como cada dia é uma coisa diferente, não tem como cansar.
Essa semana recebi uma ótima notícia que minha irmã vai se encontrar comigo em Londres para viajarmos juntos no meu último mês  pela Europa. Fiquei bem feliz, vai ser legal compartilhar com ela um pouco da mochilada. Já viajei com várias pessoas durante esse tempo, gringos e brasileiros,  mas vai ser diferente, estou ansioso com a chegada dela desde já! Conversando esses dias, gostei de sentir nela a empolgação, ansiedade e nervosismo de se preparar para uma viagem. Na verdade o prazer de viajar já começa  muito antes do embarque.
A empolgação eu ainda sinto todos os dias, a ansiedade ainda sinto um pouco quando estou chegando em um país novo, mas perdi completamente o nervosismo. Acho que o nervosismo nesses casos, que está associado à ansiedade, surge quando enxergamos um desafio pela frente, algo que teremos alguma dificuldade em realizar por acharmos difícil, perigoso e não nos achamos preparados o suficiente para encarar. Depois de ter viajado sozinho por vários países pela Ásia que eu não falava a língua, especialmente por alguns onde pouquíssimas pessoas entendem o inglês como na Ilha de Java na Indonésia, Malásia, China e algumas cidades do Vietnã, vi que não tem mistério nenhum rodar por esses lugares....isso torna o passeio até mais divertido...rsrsrsrs...e não vejo mais como desafio portanto não sinto nervoso. Vários outros viajantes que conheci pelo caminho disseram que não encarariam uma trip pela China sozinhos. Eles só vão mudar de ideia o dia que eles forem e constatarem que não é nenhum bicho de sete cabeças. Se lançar sozinho a algum país asiático sem ter ninguém para dar apoio, é uma ideia que causa temor em muita gente, principalmente pela questão da língua. Estou na Turquia sem saber falar nem ‘oi’ em turco, mas é moleza...vou fazendo como sempre fiz, ao pedir alguma informação e ver que não sou entendido, vou tentando com outras pessoas até achar alguém que eu entenda ...e assim vai. E assim vou.

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