Chinezices

Xi'an - China, 02 de Março de 2011.  

Separei mais algumas coisas bem comuns que tenho visto por aqui. A China em carne e osso é um pouco diferente de muita coisa que se diz por aí e que eu já vi na internet.  Muitos mitos devem surgir com reportagens de coisas exóticas do país que as pessoas acabam generalizando. Não vamos longe, no Brasil mesmo, o pessoal do sul e sudeste ainda pensa que no norte do país só tem índio e tem jacaré andando na rua....
Tem alguns mitos acerca dos costumes na China que não tem fundamento, tipo pensar que eles comem cachorro e outros bichos nojentos normalmente... isso não é comum e a maioria rejeita essas coisas. Geralmente insetos fritos são vendidos em lugares com grande concentração de turistas como a Av. Wangfujing em Beijing. Por exemplo, morei no interior do Amazonas onde alguns descendentes de índios  comiam tucanos, araras, macacos...e não seria certo generalizar, dizendo que ‘os brasileiros’ comem isso.
 Arrotar logo depois da refeição é sinal que apreciou a refeição: papo furado. Eles arrotam muito mas sem motivo algum...
Deixar alguma comida no prato é indelicadeza, principalmente com o cozinheiro: papo furado, pois eles desperdiçam muita comida. E pelo contrário, raspar o prato ás vezes, é sinal que ainda quer comer mais.
Refeições em grupo seguem um ritual, não existe prato individual, os pratos são comunitários onde todos se servem diretamente nele, só o arroz que cada um tem sua tigelinha. Eles têm a hora da refeição como uma forma de confraternizar, assim como nós nos reunimos para tomar uma cerveja num barzinho, eles se reúnem em restaurantes movimentados e barulhentos para comer e descontrair. Já aconteceu comigo algumas vezes de eles oferecerem um jantar ou almoço e fazerem questão de pagar, é até indelicado insistir muito para pagar.
Os idosos fazendo exercício nos parques, independente do frio. Velhinhos com mais de 80 anos fazendo Tai Chi Chuan, alongamento ou simplesmente se movimentando.
Eles são muito envergonhados, se cumprimentam só com um movimento de cabeça ou no máximo um aperto de mão. Beijinho e abraço nem pensar. Eles adoram chamar a gente para bater foto mas ás vezes quando abraçamos na hora da foto, eles morrem de vergonha. A China até um tempo atrás era fechada para o resto do mundo, e os estrangeiros ainda são uma atração, além de pedir pra bater fotos, eles nos fazem um monte de perguntas bem curiosas, se admiram com nossos pêlos no braço e barba.
O preço exibido nunca é o real, eles sempre dizem o preço e esperam a reação pra dar o desconto. Uma peça custa Y280 e acabamos comprando por Y50. Eles adoram enrolar os outros, principammente gringo, ‘esquecem’ de dar troco e coisas do tipo.
 A quantidade de coisas falsificadas dispensa comentários, se eles exportam para o mundo inteiro, imagina somando com os produtos que não saem daqui.
Uma bebida muito consumida é o Bai jou, uma espécie de cachaça de arroz que chega a incríveis 56% de graduação alcoólica.
Fotos do Mao Tsé-Tung espalhadas pra todo lado.
Nas casas quase sempre tem uns dizeres de boa sorte e felicidade(o ‘Fu’ , da minha tatuagem, é muito comum na porta das casas e estabelecimentos comerciais).
Eles não aceitam gorjeta. Se a conta deu Y14 , a gente paga Y15 e diz que tá certo, eles dizem que não e te dão o troco.
É impressionante a agilidade com que eles preparam o macarrão nos restaurantes. Em um minuto uma bola de massa se transforma numa porção de macarrão bem fininho tipo espaguete, prefeito, parece que saiu do pacote e com mais uns 20 segundos de fervura ele já está pronto na tigela na nossa frente. Tem indícios de o macarrão já existir na China há milhares de anos, talvez até tenha sido inventado aqui, foi chegar na Itália muito depois.
 Não é tão comum o trânsito de bicicletas como se imagina, talvez fosse assim a 10-20 anos atrás. Vemos mais mobiletes elétricas como meio de transporte e as  bicicletas normais são mais usadas para transportar carga em alguma carroceria acoplada nela.








3 comentários:

jilena.ribeiro disse...

Desde agosto tenho o hábito de ler seu blog e ver seus cliques no orkut, mas com o passar do tempo fui me questionando sobre como faz pra ficar tanto tempo longe do trabalho e principalmente quanto tempo levou pra arrecadar as verdinhas necessárias pra concretizar essa aventura, pq não deve está sendo nada barato. O jeito foi sair da posição cômoda de espectadora e esclarecer a dúvida que não me deixa dormir rsrs

Adoro viajar e sem dúvida antes de morrer vou dar umas voltinhas no quintal do mundo! Por enquanto me deleito com seu espetáculo!
Boa sorte!!

Rogério Oliveira disse...

Jilena,
O importante é vc ter foco, uma dica é abrir uma conta específica para o que vc quer realizar (ou comprar), a minha foi a do Visa Travel Money. Um lugar onde vc não tire o dinheiro de jeito nenhum.
Mas viajar (mochilar)é mais barato do que muita gente pensa principalmente na Ásia.Mais barato que viver no Brasil. Acho que o mais complicado é organizar a vida para poder se ausentar, e o principal: ter a coragem de partir.

Olhos Espertos disse...

Acho que é isso mesmo, Rogério.
Há que se ter "foco" e "coragem de partir"...E como isso é difícil,hein?
Parabéns a você, que conseguiu!!
=)